A cada jogo, um massacre diferente. Desta vez, a equipe do Damaiense perdeu ‘apenas’ por 9 a 0 depois de ter sofrido um sonoro 17 a 0 em novembro… A missão é complicada quando se trata de enfrentar a nova equipe feminina de futebol do Benfica, o terror da segunda divisão portuguesa.

19-0, 28-0, 22-0, 28-0 e até mesmo o recorde com o placar mais elástico já registrado em uma partida em Portugal: 32 a 0 contra o Casa Povo Pego no final de janeiro. Não são placares de rugby, mas goleadas impiedosas aplicadas pela equipe feminina do clube de Lisboa.

Darlene Souza, a capitã brasileira, com os braços tatuados e jeito de líder, nem comemora mais seus gols de maneira efusiva diante de tanta diferença de nível técnico entre os times.

Sob o olhar de Rui Costa, ex-meia ofensivo emblemático do Benfica e que se tornou diretor esportivo, as jogadoras do clube de Lisboa terminam sem forçar o campeonato com estatísticas devastadoras: 16 vitórias em 16 jogos, 273 gols marcados e nenhum sofrido.

Montado nesta temporada, o elenco da equipe lisboeta esmaga os adversários porque concretiza a vontade do Benfica de ascender o mais rápido possível no futebol feminino, que está em pleno crescimento em Portugal, e de recuperar seu atraso em relação aos rivais Sporting Portugal e Braga.

“Nós somos uma equipe de primeira divisão que joga na segunda”, resume Ana Filipa Godinho, treinadora da equipe. “Nesta temporada, nosso foco é subir e ganhar a Copa de Portugal. No ano que vem, queremos disputar o título e as eliminatórias para a Liga dos Campeões, mesmo que nosso orçamento esteja ainda distante das equipes presentes nessa competição”.

O clube mais popular de Portugal não economizou nos meios para ter uma equipe competitiva. O time já possui uma estrutura profissional com preparadores físicos e um técnico, João Marques, que treinava a equipe de Braga na primeira divisão no ano passado.

Se, apesar disso tudo, a infraestrutura continua modesta comparada ao futebol masculino, o sucesso se explica também pelo recrutamento de jogadoras da seleção portuguesa como Raquel Infante e Silvia Rebelo mas principalmente graças às várias brasileiras como Rilany Silva e Darlene Souza. Todas têm a mesma pressa: poder finalmente enfrentar adversárias do nível delas.

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