A notícia de que um ex-participante do “Big Brother Brasil” (TV Globo) tem trabalhado como motorista de aplicativo repercutiu nas redes sociais nesta semana e levantou uma discussão importante sobre os desafios enfrentados por quem sai de reality shows direto para os holofotes, mas logo depois, para a realidade do mercado de trabalho.
O professor de Geografia Michel Nogueira, de 34 anos, começou a atuar como motorista de aplicativo em Belo Horizonte, Minas Gerais, utilizando o carro que recebeu como prêmio durante sua participação no reality show da TV Globo, em 2024. Em entrevista, contou que tem aproveitado a nova rotina e está gostando da experiência.
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A decisão, longe de representar um fracasso, pode ser vista como um recomeço corajoso diante de uma jornada marcada por expectativas e pressões. A especialista em liderança e gestão de carreira *Ylana Miller destaca que ser um ex-BBB não é garantia de sucesso.
“Uma carreira sólida exige visão estratégica, planejamento, capacitação e habilidades comportamentais. Participar do programa até pode desenvolver competências como resiliência e empatia, mas é preciso ter humildade e foco para transformar essa experiência em algo concreto na vida profissional”, afirma.
Na mesma linha, a especialista em comportamento humano e estrategista de negócios **Tânia Zambon, aponta que a ausência de um plano estruturado é um dos principais motivos pelos quais muitos ex-BBBs acabam retornando ao mercado tradicional ou informal.
“Visibilidade sem estratégia é vaidade. Após os holofotes, o que sustenta uma carreira é posicionamento, clareza de propósito, disciplina e gestão, tanto de imagem quanto de finanças”, destaca.
Para ambas as especialistas, os desafios após o reality vão além da exposição: é preciso lidar com a cobrança pública, resistir a decisões impulsivas e investir no próprio desenvolvimento com consistência. A fama, muitas vezes, gera um falso senso de sucesso imediato, o que pode prejudicar o planejamento de longo prazo.
“É comum que a fama traga elogios e oportunidades ilusórias. Sem estrutura emocional, muitos tomam decisões pela emoção, não pela estratégia”, afirma Tânia.
O retorno ao mercado de trabalho, seja como CLT, empreendedor ou motorista de aplicativo, também foi defendido como uma escolha legítima, e até admirável.
“Fracasso é ficar paralisado. Recomeçar é uma atitude inteligente e necessária. Ter a humildade de reconhecer o momento e ajustar a rota é sinal de coragem”, reforça Ylana.
A história do ex-BBB que hoje dirige um carro de aplicativo, portanto, revela mais do que uma guinada profissional: mostra o quanto a fama, quando não é acompanhada de planejamento e propósito, pode ser efêmera, e como a reconstrução pessoal pode ser mais transformadora do que os minutos diante das câmeras.
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