O Brasil fez história na ginástica artística em Paris, especialmente na disputa feminina. Foram quatro medalhas conquistadas e a primeira na disputa por equipes. Rebeca Andrade foi a principal ginasta brasileira, conquistando 3 medalhas individuais, o ouro no solo e as pratas no salto e no individual geral. Para chegar a esse ponto, em que o Brasil se tornou uma das potências da modalidade, um longo caminho precisou ser percorrido.

A estreia do país foi apenas nos Jogos de Moscou, em 1980. Naquela oportunidade, os ginastas João Luiz Ribeiro e Claudia Costa estiveram na disputa. A primeira final alcançada, sem boicotes na Olimpíada, foi com a ginasta Luísa Parente, uma das percursoras da modalidade no país, que chegou a prova decisiva do individual geral em 1988.

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Já a primeira medalha veio apenas nos Jogos de Londres 2012, quando Arthur Zanetti, nas argolas, faturou o ouro. Apesar disso, grandes ginastas tiveram oportunidades, especialmente nos anos 2000, como Daiane dos Santos, Daniele Hypólito, entre outros.

Somando todas as Olimpíadas o Brasil soma agora 10 medalhas olímpicas na ginástica, contando ambos os gêneros. São 3 ouros, 5 pratas e 2 bronzes.

Confira as performances por olimpíada da ginastica brasileira nas Olimpíadas

Moscou 1980

Na estreia do Brasil, quando a Olimpíada contava com boicotes por conta de disputas políticas internacionais, Claudia Costa terminou a prova do individual geral na 31ª posição.  João Luiz Ribeiro não disputou nenhuma final.

Los Angeles 1984

Em 1984, novamente com boicotes, Tatiana figueiredo foi a única representante do Brasil na final Olímpica, novamente no individual geral. A brasileira terminou na 27ª colocação.

Seul 1988

Quatro anos depois, na primeira olimpíada sem boicotes em que o Brasil esteve presente na ginástica artística, Luiza Parente foi para a final do individual geral e terminou em 35º.

Barcelona 1992

Em Barcelona 1992, Luísa Parente se tornou a primeira ginasta brasileira a representar o país em duas Olimpíadas, com apenas 19 anos. Entretanto, Luíza não conseguiu avançar para nenhuma prova final.

Atlanta 1996

Em Atlanta o Brasil novamente não conseguiu classificação para nenhuma final na modalidade.

Sydney 2000

Em Sydney 2000 o Brasil começou a mostrar seu crescimento e desenvolvimento no esporte, cravando seu melhor resultado até então. Daniele Hipólito foi a responsável por disputar a final do individual geral feminino, terminando na 20ª colocação, a melhor de uma brasileira na modalidade.

Atenas 2004

Atenas 2004 representou uma mudança brusca nos resultados brasileiros. Antes, o Brasil havia conseguido levar apenas um atleta para as finais por Olimpíada. Na Grécia, quatro finais:

  • Daniele Hipólito – Individual geral feminino – 12º
  • Camila Comin – Individual geral feminino – 16º
  • Mosiah Rodrigues – Individual geral masculino – 33º
  • Daiane dos Santos – Solo – 5º

Pequim 2008

A medalha custou a sair para a equipe brasileira, mas a evolução era nítida a cada Olimpíada. Em Pequim, a equipe brasileira feminina se classificou pela primeira vez para a final por equipes, terminando em 8º. Além disso, mais provas finais foram disputadas com Jade Barbosa, Diego Hypólito, Ana Claudia Silva e Daiane dos Santos. Confira os resultados:

  • Disputa por equipes feminino – 8º
  • Jade Barbosa  – individual geral e mesa – 10º e 7º
  • Daiane dos Santos – solo – 6º
  • Diego Hypólito – solo – 6º

Londres 2012

Em Londres 2012 a equipe brasileira chegou ao seu ápice e a primeira conquista finalmente saiu. Arthur Zanetti faturou a primeira medalha do Brasil na modalidade e foi logo um ouro, nas argolas, representando um resultado histórico e inédito para o país. Além dele, o Brasil também contou com a final do individual geral masculino, com Sergio Sasaki terminando na 10ª colocação. A equipe feminina teve seu pior desempenho desde Atlanta e não chegou a nenhuma final.

Rio 2016

A medalha conquistada por Arthur Zanetti em Londres abriu caminhos e o Brasil passou a estar no pódio consecutivamente. Em casa, na Rio 2016, novamente o masculino foi destaque. Depois de diversas tentativas e frustações, Diego Hypólito foi coroado com a sonhada medalha olímpica, a prata no solo. Arthur Nory também representou bem no solo e conquistou o bronze. Além deles, Zanetti voltou a subir no pódio, conquistando a prata nas argolas.

Tóquio 2020

Depois de anos de persistência e desenvolvimento, finalmente chegou a vez das ginastas brasileiras serem coradas. Em Tóquio 2020, o fenômeno Rebeca Andrade apareceu para o mundo e conquistou duas medalhas, as primeiras da ginástica feminina brasileira. Rebeca conquistou o ouro no salto e a prata no individual geral, representando um resultado histórico para o país.

Paris 2024

O Brasil terminou sua participação na ginástica artística em Paris da melhor maneira possível, com quatro medalhas na bagagem. Obviamente, Rebeca Andrade é a principal responsável por essas conquistas. A brasileira foi a grande personagem da equipe feminina que conquistou o bronze na disputa por equipes. Além disso, Rebeca conquistou, individualmente, o ouro no solo e as pratas no salto e no individual geral.

Essa é uma performance brasileira que ficará para a história, sendo a melhor do país em termos de medalhas na modalidade. Com as conquistas, Rebeca se tornou a maior medalhista brasileira na história dos Jogos, somando 6 no total, superando Robert Scheidt e Torben Grael, da vela.