O judoca brasileiro David Moura festejou a medalha de prata conquistada neste sábado no Mundial da modalidade, realizado em Budapeste, na Hungria, após uma final equilibrada contra o bicampeão olímpico Teddy Riner, da França, na categoria pesado masculino (+100kg), decidida no “golden score”. Moura comemorou o resultado, mas demonstrou uma certa frustração por ter chegado tão perto do título.

“Com certeza, a ficha vai cair amanhã (domingo) ou mais tarde. Estou muito feliz. É um sonho, uma grande medalha. Já é uma conquista que para mim. Sem palavras. Estou pensando agora aqui. Saí da final um pouco com um gostinho de quero mais porque fiz uma excelente luta final, fiz uma boa competição e o ouro passou muito perto. Mas estou muito feliz. Vou continuar trabalhando no mesmo caminho que estou porque acho que é o caminho certo. Na próxima, quem sabe, consigo o ouro”, analisou o atleta.

David Moura, de 30 anos, que é líder do ranking mundial e foi cabeça de chave número 1 do torneio, entende que desperdiçou oportunidades de finalizar o adversário – que não perde há sete anos (134 lutas) -, mas acredita que vai tirar lições da primeira final de Mundial da carreira para o futuro.

“Vou estudar melhor a luta com a minha equipe, mas acho que não criei muitas oportunidades de realmente finalizar a luta, de pontuar. E no finalzinho, comecei a cansar. Ele também estava cansado, mas a mão dele estava mais dura e aí, para lutar com ele, preciso estar numa aceleração maior do que a dele. Para ganhar dele, acho que preciso aguentar lutar muito tempo em uma intensidade muito alta. É treinar mais para isso”, completou.

Rafael Silva, conhecido como “Baby” (bronze no Rio-2016), também festejou o resultado no Mundial. Após obter a medalha de bronze na disputa contra o húngaro Barna Bor, o atleta – que havia perdido nas quartas de final para Teddy Riner – exaltou o nível dos competidores e projetou uma boa sequência nos treinamentos para chegar bem preparado nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, em 2020.

“Um ótimo dia. Consegui fazer boas lutas. Isso mostra que a categoria está forte, bem disputada. É um privilegio ter dois (pesos) pesados no pódio do Mundial. E para mim é muito bom começar o ciclo com uma medalha em mundial. É difícil se manter em alto nível de rendimento, sempre buscando medalhas, estar entre os melhores. Estou muito feliz de continuar treinando muito bem e brigando para chegar em 2020 em condições de lutar bem. Para mim, é muito bom estar no pódio”, analisou.

Baby classificou a competição como atípica devido ao grande número de atletas novos, que subiram da categoria de 100 kg, além de outros medalhistas olímpicos que também mudaram de categoria. O judoca também destacou a emoção de ter o peso da torcida contra ele ao enfrentar um adversário local.

“Tive lutas difíceis. Na repescagem, foi uma luta bem complicada. O austríaco (Daniel Allerstoffer) surpreendeu. Foram adversários fortíssimos, com volume de luta bem alto. Depois, a disputa de medalha com adversário da casa, um amigo pessoal, foi uma luta bem difícil. E a torcida incentivando bastante ele, apoiando. Foi uma luta diferente. Tive a experiência no Rio de estar com a torcida a favor e aqui totalmente o oposto, com a torcida a favor do húngaro. Mas ainda bem que deu tudo certo e eu consegui a medalha”, concluiu Rafael Silva.