David Lynch continuará “alimentando a nossa imaginação”, disse o Festival de Cinema de Cannes nesta sexta-feira (17), após a morte do diretor americano, que foi presidente do júri e vencedor da Palma de Ouro.
“É com infinita tristeza que tomamos conhecimento do falecimento de David Lynch; perdemos um artista único e visionário cuja obra influenciou o cinema como poucos antes”, comentaram o Festival e seu delegado geral, Thierry Frémaux, no X.
“Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes em 1990 por ‘Coração Selvagem’ e depois do Prêmio de Melhor Direção em 2001 por ‘Cidade dos Sonhos’, presidiu com elegância o júri em 2002”, relembraram.
“Ele deixa uma obra rara e atemporal, cujos filmes continuarão alimentando a nossa imaginação e inspirando todos aqueles que veem no cinema uma arte capaz de revelar o indescritível”.
Gigante do cinema americano e criador da série “Twin Peaks”, Lynch era muito apreciado na Europa, e especialmente na França, onde projetou, entre outras coisas, uma seleta boate no coração de Paris, a “Silencio”.
Também em Paris, na Fundação Cartier, com a qual mantinha relações privilegiadas, foi-lhe dedicada em 2007 uma grande exposição monográfica, “The Air is on Fire”.
“Estamos todos muito comovidos e emocionados na Fundação Cartier”, disse à AFP nesta sexta-feira Grazia Quaroni, diretora de coleção da fundação, que inclui “uma coleção de desenhos reveladores de seu contínuo fervor criativo”.
Além de suas honrarias em Cannes, David Lynch recebeu duas vezes o Prêmio César de Melhor Filme Estrangeiro, em 1982 por “O Homem Elefante” e em 2002 por “Cidade dos Sonhos”.
A família de David Lynch anunciou sua morte na quinta-feira à noite, aos 78 anos.
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