O governo britânico afirmou nesta terça-feira (30) que sua posição sobre o processo de paz no Oriente Médio não mudou, depois que o ministro das Relações Exteriores, David Cameron, levantou a possibilidade de reconhecimento de um Estado palestino em uma recepção para embaixadores de países árabes no Parlamento.
Durante o evento na segunda-feira à noite, Cameron afirmou que o reconhecimento de um Estado palestino, ideia rejeitada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ajudaria a iniciar um “processo irreversível” para acabar com o conflito.
“Devemos começar a considerar como seria um Estado palestino, o que incluiria e como funcionaria”, disse o chefe da diplomacia britânica. “Nesse momento, examinaremos com nossos aliados a questão do reconhecimento de um Estado palestino, inclusive nas Nações Unidas”, acrescentou.
O embaixador palestino no Reino Unido, Husam Zomlot, celebrou essas palavras como um fato “importante”. No entanto, entre os membros do partido conservador britânico, no poder, a deputada Theresa Villiers considerou que avançar na questão do reconhecimento de um Estado palestino “recompensaria as atrocidades do Hamas”.
O Reino Unido defende há muito tempo uma solução de dois estados. Após as palavras de Cameron, Downing Street enfatizou que Londres não mudou sua posição.
“Sempre fomos claros de que reconheceremos um Estado palestino quando isso servir melhor à causa da paz, e estamos comprometidos com a solução de dois Estados”, disse um porta-voz do primeiro-ministro, Rishi Sunak.
David Cameron viajará ao Oriente Médio nesta semana, em sua quarta visita à região desde sua nomeação em novembro.
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