José Luiz Datena (PSDB), candidato à prefeitura de São Paulo, defendeu que a GCM (Guarda Civil Municipal) da cidade tenha acesso a armamentos “na mesma proporção” que criminosos e adote a conduta de “tolerância zero” em eventuais confrontos com risco à vida de inocentes. A declaração foi dada nesta quinta-feira, 19, em agenda na zona oeste da capital paulista.
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Conhecido por defender a letalidade das forças de segurança no programa “Brasil Urgente”, que apresentou até junho na TV Bandeirantes, o tucano afirmou que não pretende transformar a Guarda em um “esquadrão da morte” e considerou que o investimento em equipamentos mais nocivos será fundamental para esse objetivo.
“Vendo o poder de letalidade e o treinamento que esses agentes terão, acredito que os bandidos prefiram se entregar. O bandido bom é o bandido que se entrega e, então, se segue o rito do Judiciário. Caso ele coloque em risco a vida de um cidadão, aí a política tem que ser de tolerância zero”, disse.
A GCM paulistana tem 7.039 agentes, contingente inferior ao de capitais menos populosas, como o Rio de Janeiro. Para o postulante a prefeito, a preparação desses guardas precisa ser equiparada à dos policiais militares.
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O compromisso do tucano contou com baixa adesão de militantes e postulantes a vereador pela federação PSDB-Cidadania. Datena passou poucos minutos no bairro do Butantã, de onde se recolheu para “estudar os números” da cidade e de seu plano de governo, segundo o candidato a vice, José Aníbal (PSDB).
Veja abaixo o vídeo das declarações:
Cadeirada em pauta
Datena evitou dar corda ao fato que o colocou nos holofotes da disputa desde o debate da TV Cultura, no domingo, 15: a cadeirada dada em Pablo Marçal (PRTB).
Questionado, ele se limitou a dizer que “com bandido você lida na Justiça” em alusão à representação judicial que sua campanha apresentou contra o ex-coach, que o chamou de “assediador” e “jack” — gíria associada ao abuso sexual — no debate, antes de ser agredido.
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As acusações se basearam em uma denúncia de assédio movida contra Datena por uma repórter da TV Bandeirantes em 2019, que foi arquivada após a então suposta vítima retirar a queixa.
Trechos das acusações feitas por Marçal a Datena foram publicados nas redes sociais do ex-coach. No entanto, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) determinou, em decisões liminares, a remoção das postagens.
Em uma das decisões, a juíza eleitoral Claudia Barrichello afirma que o conteúdo publicado pelo candidato do PRTB é “extremamente agressivo” e tem o “objetivo único de difamar e macular a imagem do candidato José Luiz Datena”.