José Luiz Datena (PSDB) anunciou o ex-senador José Aníbal, presidente do partido em São Paulo, como seu candidato a vice pela prefeitura da cidade.

Em convenção realizada neste sábado, 27, na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), o apresentador foi oficializado pelos tucanos para o pleito de outubro e afirmou aceitar os votos de apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Aceitamos o voto do bolsonarista que não vai votar no Nunes porque sabe quem ele é. Aceitamos voto do lulista que não vai votar no Boulos porque sabe quem ele é”, afirmou, em crítica ao deputado Guilherme Boulos (PSOL) e ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), seus adversários na disputa pelo cargo e apoiados, respectivamente, por Lula e Bolsonaro.

Datena não poupou críticas a Nunes em seu discurso e afirmou que, se ele fosse reeleito, “seria o primeiro caso de um prefeito preso pelo próprio vice”. O companheiro de chapa do emedebista é Ricardo Mello Araújo (PL), coronel da reserva da Rota (Rotas Ostensivas Tobias Aguiar), tropa de choque da Polícia Militar paulista.

Acompanhado de Aníbal e dos presidentes nacional e estadual da sigla, Marconi Perillo e Paulo Serra, e de Mario Covas Neto, presidente da federação PSDB-Cidadania na capital paulista, Datena se limitou a elogiar — além dos próprios correligionários — o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem chamou de “honesto”.

Anúncio foi marcado por protesto contra Datena e bate boca

Com o objetivo de conter a ala que apoia a reeleição de Ricardo Nunes no partido, o PSDB homologou a candidatura de Datena antes mesmo da convenção, mas a decisão foi insuficiente.

O evento teve protestos de militantes tucanos contra o apresentador dentro e fora da Alesp, sob a liderança de Fernando Alfredo, ex-presidente municipal da sigla, que chegou a pedir o adiamento da convenção para se apresentar como pré-candidato.

No auditório onde a candidatura foi oficializada, Datena questionou: “Quem financiou toda essa gente que está aí fora? Quem pagou esses baderneiros?”.

Em seguida, anunciou que sairia do local “pela porta da frente”: “Se me baterem, vão aviltar a democracia. Se me matarem, há de sobrar gente para governar São Paulo”. Na saída, o jornalista ouviu gritos de “arregão” e “golpista” e, cercado por seguranças e policiais, bateu boca com os manifestantes, como reportou o site IstoÉ com vídeos do momento.