Do lançamento de sua campanha, em 2015, à sua derrota para Joe Biden, em novembro de 2020, a passagem de Donald Trump pela Casa Branca foi uma montanha-russa caótica, em que o chefe do Executivo quebrou normas, se afastou de aliados, intimidou qualquer um que se opusesse a ele e governou com foco em como suas políticas repercutiriam em sua base política conservadora.

Confira a seguir algumas das principais datas da carreira política de Trump:

– Primeiras medidas –

25 de janeiro de 2017: Trump assina uma ordem executiva determinando o início da construção do muro na fronteira sul com o México, uma promessa de campanha pela qual ele disse que o país vizinho pagaria. No final, apenas algumas centenas de milhares de quilômetros foram construídos, e pagos pelos Estados Unidos.

27 de janeiro de 2017: Trump emite uma ordem executiva banindo o ingresso de indivíduos de sete países de maioria muçulmana – Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. Em meio a um clima de indignação, a Suprema Corte valida o texto no verão de 2018 (no hemisfério norte).

1º de junho de 2017: Trump declara que os Estados Unidos estavam deixando o acordo climático de Paris.

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– Economia –

30 de dezembro de 2017: o Congresso, controlado pelos republicanos, aprova o maior corte de impostos em 31 anos.

31 de maio de 2018: os EUA impõem tarifas ao aço e ao alumínio de México, Canadá e União Europeia.

15 de junho de 2018: Trump lança uma guerra comercial contra a China ao impor tarifas de 25% sobre produtos importados no valor de US$ 50 bilhões.

Setembro de 2019: o desemprego alcança os menores níveis em 50 anos, de 3,5%.

– Diplomacia –

6 de dezembro de 2017: o governo Trump reconhece Jerusalém como capital de Israel, rompendo com uma longa tradição na diplomacia americana e provocando condenação internacional.

8 de maio de 2018: os Estados Unidos deixam o acordo nuclear internacional com o Irã e restabelecem sanções contra a república islâmica.

30 de junho de 2019: Trump se torna o primeiro chefe de Estado americano a pisar em solo norte-coreano, pouco mais de um ano depois de se reunir com o líder do país asiático em Singapura para discutir a desnuclearização da península coreana.

27 de outubro de 2019: anunciada a morte do líder do grupo Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, em uma operação militar americana na Síria.

3 de janeiro de 2020: o poderoso general iraniano Qassem Soleimani é morto em um ataque aéreo americano em Bagdá.


– Derrotas –

28 de julho de 2017: o Senado fracassa em derrubar o Obamacare, o plano de saúde democrata que Trump havia prometido abolir.

6 de novembro de 2018: os opositores democratas retomam o controle da Câmara de Representantes. Os republicanos mantêm o Senado.

– Divisão –

12 de agosto de 2017: durante um comício de ativistas de extrema direita em Charlottesville, na Virgínia, um simpatizante do neonazismo joga o carro contra um grupo de manifestantes antirracistas, matando uma mulher. O presidente é duramente criticado por declarar que havia “pessoas boas dos dois lados” do confronto.

14 de fevereiro de 2018: um ex-aluno de 19 anos abre fogo em sua antiga escola de ensino médio em Parkland, Flórida, matando 17 pessoas. O massacre motiva uma mobilização sem precedentes de jovens pedindo o controle do acesso às armas de fogo. Trump apoia os direitos dos proprietários de armas.

25 de maio de 2020: George Floyd, um negro de 46 anos, é morto por um policial branco durante sua detenção, provocando protestos em todo o país. Trump faz uma abordagem de manutenção da lei e da ordem e chama os manifestantes de bandidos.

– Rússia, Ucrânia, impeachment –

17 de maio de 2017: o ex-diretor do FBI Robert Mueller é nomeado procurador especial a cargo de investigar se a campanha de Trump conspirou com a Rússia para roubar as eleições de 2016. Trump se irrita com o que ele chama de “caça às bruxas”.

18 de abril de 2019: o relatório de Mueller é publicado sem alegações de conspiração criminosa. Mas indica contatos frequentes entre membros da campanha de Trump e personalidades ligadas ao Kremlin, com provas de que teriam interferido a favor de Trump. Mueller dá vários exemplos de como Trump obstruiu a investigação.

18 de dezembro de 2019: a Câmara aprova o impeachment de Trump, acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso por tentar coagir a Ucrânia a caluniar seu futuro adversário, o democrata Joe Biden. Trump é absolvido no julgamento realizado no Senado, sob controle dos republicanos, em 5 de fevereiro.


– Coronavírus e campanha –

31 de janeiro de 2020: os Estados Unidos anunciam a proibição de entrada de viajantes não americanos procedentes da China para conter a disseminação do novo coronavírus. A proibição foi estendida a países europeus em 14 de março enquanto o país se fechava para o resto do mundo.

2 de outubro de 2020: após testar positivo para o coronavírus, Trump dá entrada em um hospital militar para se tratar, do qual sai três dias depois, afirmando que agora estava “imune”.

3 de novembro de 2020: os americanos elegem Biden para suceder Trump, que se recusa a reconhecer a derrota e passa dois meses espalhando teorias conspiratórias sem base sobre fraude nas eleições e mentindo ao afirmar que havia obtido uma vitória esmagadora.

6 de janeiro de 2021: Trump diz a seus apoiadores para marchar rumo ao Congresso e “brigar muito” enquanto os legisladores certificavam a vitória de Biden. Uma multidão armada invade o Capitólio e cinco pessoas morrem nos distúrbios que se seguiram. Uma semana depois, Trump se torna o primeiro presidente americano ao enfrentar um impeachment duas vezes, quando a Câmara de Representantes o acusou de incitar uma insurreição.


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