O Congresso Nacional do Povo, maior autoridade legislativa da China, é composto por 2.952 delegados, quando reunidas todas as câmaras regionais. Esse Parlamento elege, então, o presidente do país. Nada mais democrático? Grave engano. Os quase três mil deputados são engessados pelo Partido Comunista; e o candidato é único. Portanto, nada mais antidemocrático. E foi com essa obscurantista fórmula que o já presidente da China por dois mandatos consecutivos, Xi Jinping, obteve no final da semana passada, de forma inédita, o seu terceiro período como líder chinês. Resultado da eleição: 2.952 votos para ele, nenhuma abstenção. O seu personalismo, que agora se fortalece quando o país está em crise com os EUA, já é equiparável ao do ditador Mao Tsé-tung (1949-1976). Quando entrou para a política chinesa, ele era conhecido apenas por ser marido de uma famosa cantora, Peng Liyuan. Agora, Jinping terá mais cinco anos pela frente. Ainda que a economia cresça, como crescerá em 2023, o lustro será seu juiz político e histórico.

O marido da cantora

Divulgação

Peng Liyan (foto) era uma das mais famosas cantoras chinesas em 2013, ano em que Xi Jinping ganhou seu primeiro mandato. Ele era conhecido apenas como “o marido de Peng”

RIO DE JANEIRO
O Palácio do Catete e o Palácio de Westminster

Brenno Carvalho

Cidade do Rio de Janeiro. Rua do Catete, 153. Esse é hoje o endereço do Museu da República. Já foi o do Palácio que sediou a Presidência do País, onde se deu um dos mais traumáticos fatos da história: o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954. Também nele, em 1914, houve o polêmico Baile do Corta-Jaca, organizado por Nair de Teffé, esposa de Hermes da Fonseca. Serviu, ainda, de residência ao Barão de Nova Friburgo. Agora o Catete volta à tona: em meio a reformas, encontraram-se luxuosos ladrilhos decorados do século XIX, feitos pela mesma empresa inglesa que reformou o Palácio de Westminster, em Londres. A história encantatória mostra que o Catete foi construido em 1867 como casa de banho, entre as tantas do Rio de Janeiro à época.

EX-PRIMEIRA DAMA Nair de Teffé: talento musical (Crédito:Divulgação)

HISTÓRIA
Música brasileira no Oscar

AMERICAN WAY Of LIFE Cena de Lady, let’s dance: indicação de melhor trilha sonora (Crédito:Divulgação)

O compositor e cantor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974) é um dos principais nomes da música brasileira — para ficarmos em apenas três obras de sua galeria de sucessos, citemos Se acaso você chegasse, Nervos de Aço, Vingança. Na semana passada, foi confirmado que familiares do artista enviaram uma carta à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que cuida da premiação do Oscar. Motivo mais que justo: parentes de Lupicínio Rodrigues pedem que seja corrigida uma grave omissão histórica e que se inclua o seu nome dentre os indicados ao Oscar em 1945. Isso porque a canção Se acaso você chegasse, sob a forma instrumental, está no filme Lady, let’s dance, que concorreu na categoria de melhor trilha sonora com Silver shadows and golden dreams, de Lew Pollack e Charles Newman. Lupicínio, à época, não foi avisado – sequer tem o nome creditado no filme. Ele somente soube que sua composição estava nele porque em 1948 entrou em um cinema, em Porto Alegre, e na tela passava Lady, let’s dance.

REPARAÇÃO Lupicínio: familiares pedem a sua inclusão na galeria do prêmio (Crédito:Divulgação)

PANDEMIA
Desperdiçadas 40 milhões de doses de vacinas

DESCARTE Imunizantes vencidos: resultado da gestão (Crédito:Divulgação)

Jogar comida e água fora diante dos olhos de alguém faminto e sedento. Foi isso que o negacionista e obscuro governo de Jair Bolsonaro fez com vacinas contra a Covid-19, enquanto morriam cerca de 700 mil pessoas no País. Dados do Ministério da Saúde, divulgados na última semana, informam que mais de 40 milhões de doses venceram sem sequer serem distribuídas pelo território brasileiro. Significa um rombo no erário de aproximadamente R$ 2 bilhões desde o início da pandemia. Dúvida zero de que houve dolo nesse crime contra a saúde pública.