O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, chamou o Vaticano de “conglomerado do fascismo”. A declaração dada na segunda-feira, 26, tem como contexto a tensão entre a Igreja Católica e o país, que vem perseguindo religiosos.

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Ortega indicou que a Santa Sé é um Estado “claramente a favor do império”, em uma alusão aos Estados Unidos, mas não apresentou provas para basear sua confirmação.

Em seu pronunciamento na Cúpula virtual dos líderes da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), ele também acusou o Vaticano de ter sido “cúmplice dos nazistas” e dos fascistas da Espanha e Itália no século passado.

“O Vaticano é mais uma ferramenta em todas essas batalhas que estamos travando [no planeta], mais uma ferramenta que faz parte do conglomerado do fascismo que, de novas formas, quer dominar o mundo”, enfatizou Ortega.

As acusações contra a Igreja são feitas poucos dias após o papa Francisco encorajar o “amado povo da Nicarágua” a renovar a esperança, com uma referência implícita à repressão contra a comunidade católica local.

“Lembre-se de que o Espírito Santo sempre guia a história para projetos mais elevados. Que a Virgem Imaculada vos proteja nos momentos de provação e vos faça sentir a sua ternura materna”, rezou o Pontífice no Angelus do último domingo (25).

Daniel Ortega está no poder desde 2007 e, nos últimos meses, tem intensificado a perseguição a grupos opositores, fechando ONGs, veículos de comunicação e entidades religiosas.

As relações entre o regime de Ortega e a Igreja Católica também estão sob forte tensão, em meio à expulsão e prisão de padres, da proibição de atividades religiosas e da suspensão das relações diplomáticas, ocorrida depois de Jorge Bergoglio definiu o regime da Nicarágua como “opressivo” e “ditadura grosseira”..