Potência do esporte paralímpico, o Brasil iniciou sua campanha nos Jogos Rio-2016 com o pé direito, garantido quatro medalhas no primeiro dia de competições, uma delas de ouro do multicampeão Daniel Dias.

Maior nome do esporte paralímpico brasileiro, o nadador de 28 anos conquistou a primeira medalha da natação do país nos Jogos Rio-2016 e sua 16ª na carreira, vencendo com enorme folga a final dos 200 m livre (categoria S5), se tornando tricampeão da prova.

Daniel, que nasceu com má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, ainda disputará outras cinco provas individuais na Rio 2016 e deve subir ao pódio em todas elas: 50 m livre, 100 m livre, 50 m borboleta e 50 m costas da classe S5, além dos 100 m peito categoria SB4.

Por equipes, o brasileiro encara a disputa dos revezamentos 4x50m livre misto 20 pontos, 4x100m livre masculino 34 pontos e 4x100m medley masculino 34 pontos.

Se subir ao pódio em todas as nove provas, o ‘Phelps’ da natação paralímpica alcançará a incrível marca de 24 medalhas, ultrapassando o atual recordista da natação masculina, o australiano Matthew Cowdrey (23).

A segunda medalha da natação veio logo em seguida com Ítalo Pereira, que surpreendeu ao conquistar o bronze nos 100 m costas categoria S7.

– Ouro no salto para cegos –

Daniel Dias costuma atrair os holofotes quando compete, mas a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Paralímpicos foi de Ricardo Costa no salto em distância para cegos.

Vítima da Doença de Stargardt, que causa perda da visão de forma degenerativa, o sul-mato-grossense conquistou o ouro para o Brasil em prova emocionante em que precisou superar o americano Lex Gilette no último salto (6.52 m), levando ao delírio a torcida que compareceu ao Estádio Olímpico do Engenhão.

Já Odair Santos teve a honra de ser o primeiro brasileiro a subir ao pódio, ficando com a prata na primeira final do dia, nos 5.000 m da classe T11 para cegos.

Odair tentou de tudo para chegar à frente do rival Samwell Kimani, assumindo a liderança da prova na última volta com o apoio da torcida, mas o queniano fez valer o favoritismo e ultrapassou o brasileiro nos últimos 250 m.

“Estou muito feliz e muito grato por ter conquistado uma medalha em casa. Foi uma sensação incrível. Queria dar o ouro a elas, mas não foi dessa vez”, referindo-se às duas filhas, que têm as fotos colados nas lentes dos óculos do atleta.

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