Daniel Alves saiu em defesa de Fernando Diniz na entrevista coletiva que concedeu nessa terça-feira. O camisa 10 voltou a bater na tecla da estabilidade como um dos antídotos para a seca de títulos do São Paulo – na sexta-feira passada, a diretoria já havia se manifestado a favor do treinador, mantido no cargo mesmo após a queda para o Mirassol no Campeonato Paulista.

– O trabalho do Diniz não só merece defesa, como merece ataque, como merece meio de campo (risos). Volto a insistir, não é porque tenho um relacionamento especial com ele, porque a gente gosta das mesmas coisas no aspecto profissional e temos os mesmos valores pessoais. Essas pessoas criam cumplicidade e acreditam muito na veracidade daquilo que entregam e fazem. Infelizmente, em certos tipos de situações, a gente passa, deixa aquela verdade e outros vêm e desfrutam. Falei para ele: a gente precisa parar de fazer pela metade para outros virem e desfrutaram. A gente se encontrou aqui sem combinar. Nossas verdades se combinam e a gente tenta levar para outras pessoas também. Quando a gente vai conseguindo conectar as pessoas nesse sentido as coisas fluem, mas infelizmente implementar isso em um clube da grandeza do São Paulo e em um déficit de conquistas é muito mais difícil do que qualquer um possa pensar. Mas nem por isso nos acovardamos, muito pelo contrário, isso aumenta nosso ímpeto, nosso poder de ser desafiado. Infelizmente certos tipos de coisa fogem do nosso controle, mas o que está no nosso controle a gente vai entregar – disse o camisa 10.

– A partir do momento em que você acredita naquilo que está fazendo, você começa a alcançar. Se vai de acordo com a maré, gera instabilidade, que é o que existe no clube ao longo desses anos sem lograr algo importante. Se fosse estável não estaria nessa situação.

Daniel Alves falou mais de uma vez que o verdadeiro São Paulo não é o que voltou da paralisação dos campeonatos perdendo em casa para Red Bull e Mirassol, mas o que vinha animando os torcedores antes da pandemia.

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– A gente não soube se reinventar nesse processo de ficar parado tanto tempo, voltar e pegar de volta aquilo que a gente estava fazendo. Nós não somos esses dois jogos, nós somos o time que estava antes da pandemia e vamos demonstrar isso. Nós somos o outro, nós não somos isso. É frustrante para a gente, para o São Paulo, para as pessoas que sentem essas cores, mas estamos aqui para não desistir e para mudar essa história.

Daniel ainda disse que, se não for para acreditar no trabalho do dia a dia, não devem contar com ele no São Paulo:

– Se alguém aqui dentro ou alguém que forme parte do São Paulo não acreditar nisso, que esse é o melhor caminho, eu não vou dar cabeçada na parede. Eu dou cabeçada na parede se souber que ali tem um espacinho para rompê-la e poder seguir. Senão não tem sentido. Se for para acreditar na verdade do nosso dia a dia e do que a gente está construindo aqui, podem contar comigo. Se não for para acreditar nisso, não contem comigo porque eu não faço parte de mentira, só faço parte de verdade e acredito que esse é o caminho para a gente mudar essa história.

– Você pode pegar isso (eliminação) como “ai, doeu, vou chorar, vou morrer” ou você pode ajustar. Nós não somos esses dois jogos. Nós somos o time de antes da pandemia e vamos mostrar isso.


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