O lateral brasileiro Daniel Alves, cujo contrato terminava no próximo dia 30 de junho, anunciou neste domingo nas redes sociais que está deixando o Paris Saint-Germain depois de duas temporadas no clube francês.

“Tudo tem um começo, um meio, um final. E hoje chegou o momento de colocar esse ponto final aqui”, escreveu o jogador de 36 anos, em sua conta do Instagram.

“Peço-lhes desculpas se em algum momento não estive a altura, peço-lhes desculpas se em algum momento cometer alguma falha, apenas tentavam dá o meu melhor”, acrescentou o veterano lateral-direito da seleção.

Com o PSG, Alves conquistou cinco títulos: duas ligas (2018, 2019), uma Copa da França (2018), uma Copa da Liga (2018) e uma Supercopa da França (o chamado Troféu dos Campeões em 2017).

O ex-jogador do Barcelona e da Juventus de Turim disputa neste momento a Copa América no Brasil como capitão da seleção brasileira.

O Brasil se classificou no sábado para as quartas de final do torneio ao golear o Peru por 5 a 0, com um gol do próprio Daniel Alves.

– Destino incerto –

O lateral não disse qual poderá ser seu destino e ele deixa o clube no momento em que seu compatriota Leonardo volta como diretor esportivo do PSG para tentar tornar o clube mais competitivo.

A saída também ocorre em meio a rumores sobre Neymar, que ficou fora da Copa América por lesão e enfrenta uma investigação judicial por suposto estupro.

O Paris Saint-Germain não se oporia a uma partida do atacante brasileiro caso receba uma oferta interessante, segundo vários veículos da mídia. O Barça, onde ele jogava antes de chegar a Paris, costuma ser citado como um possível destino.

O mistério agora é se Daniel Alves vai imitar Neymar. Seus destinos até agora estavam ligados. “Foi Neymar quem me pediu para que eu viesse ao PSG”, revelou um dia o lateral.

Alves chegou à capital francesa vindo da Juventus em julho de 2017, o mesmo verão europeu que seu amigo Neymar, comprado ao Barcelona por uma soma recorde de 222 milhões de euros.

E as declarações dos dois jogadores depois das decepções – na Liga dos Campeões e em outras competições – voltam a ecoar.

– “Mais ouvidos e menos bocas” –

“As eliminações nas nossas vidas elas não acontecem por acaso. Eu vivi isso na seleção brasileira, de não haver essa conexão que tem que haver. Esse é um processo de transição que está acontecendo no PSG, não tem essa conexão geral e acaba refletindo dentro do campo”, afirmou Daniel Alves em março passado em uma entrevista à Rede Globo.

O lateral também pediu para que seja mais “ouvido”. “não porque sou mais importante que os outros, mas porque já estive lá. Tive várias experiências e sei o que pode nos puxar ou nos colocar no fundo”, declarou em outra entrevista para a rádio RMC.

Após a derrota na final da Copa da França para o Rennes no final de abril, Neymar – o único que compareceu diante da imprensa na zona mista – destacou a falta de coesão do grupo.

“Tem que ser mais homem dentro do vestiário, ser mais unido”, declarou o astro do PSG. “A gente vê muito jovem que precisa mais ouvir do que falar. Um cara mais experiente fala, eles retrucam. O treinador fala e eles retrucam. Então isso é um time que não vai ter sorte no final”.

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