ROMA, 7 JUL (ANSA) – Uma dançarina do ventre egípcia naturalizada italiana foi presa no Cairo acusada de ofensa à moral e instigação à libertinagem, em meio a uma repressão a essa dança tradicional que já levou à detenção de cinco profissionais no Egito nos últimos dois anos.
A notícia foi publicada nesta segunda-feira (7) pelo jornal “la Repubblica”, e a dançarina em questão é Sohila Tarek Hassan Haggag, que usa o nome artístico de “Linda Martino” e foi detida há duas semanas no aeroporto da capital egípcia quando estava prestes a embarcar para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Naturalizada italiana por casamento, Linda Martino estaria com uma grande soma em dinheiro em diversas moedas, fazendo a polícia suspeitar que se tratasse de lucros com atividades passíveis de enquadramento no crime de “instigação à depravação”.
Em um caso semelhante, outra dançarina do ventre, Katerina Andreeva, foi condenada a um ano de prisão com trabalhos forçados pela Justiça do Egito.
As acusações incluem investigações sobre uma boate no litoral norte egípcio, onde Martino teria “aparecido com roupas indecentes, expondo deliberadamente partes sensíveis do corpo, em clara violação dos valores morais e sociais”, segundo um relatório das autoridades egípcias.
Os investigadores também apuram se a italiana “usava técnicas de sedução e danças provocativas para incitar o vício”. A repressão, no entanto, contrasta com os esforços para que a dança do ventre, expressão típica da cultura árabe, seja reconhecida como patrimônio cultural imaterial pela Unesco.
(ANSA).