Bolsonaro nega que vá fazer mudanças no Ministério depois da Reforma da Previdência, mas fontes ligadas ao Planalto, com as quais ISTOÉ conversou, garantem que ele promoverá, de fato, uma dança das cadeiras para acomodar aliados do Congresso. O presidente sentiu na pele como é difícil fazer reformas sem o apoio de base sólida no Legislativo. Pensando nas reformas futuras, como a tributária e a administrativa, Bolsonaro vai dar pastas a parlamentares e livrar-se dos ministros que já vinha querendo despachar. O primeiro a dançar será Osmar Terra (Cidadania). Depois virão Ricardo Salles (Meio Ambiente) e, finalmente, Marcelo Álvaro Antônio (Turismo). Ele não quer que bagaços da laranja respinguem nele. Ainda em avaliação: Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

 

Fritura

Guedes e Moro “estão sendo fritos” no Congresso, mas o presidente não tem como mexer com os ministros mais populares. Dificilmente sairão. A não ser que queiram. Não é o caso de Moro, que se aproxima do Congresso e se fortalece (veja abaixo). Já Guedes tem dito a amigos que “está doido para ir embora”, descontente com a falta de apoio do presidente (vide CPMF).

 

“Mentira”

O presidente detonou notícia sobre a reforma publicada pelo “Correio Braziliense”. No domingo 13 escreveu na rede social, em letras garrafais: “Mais uma mentira da mídia. Tentam a todo custo nos dividir”. A credenciada fonte de ISTOÉ explicou, após essa reação, que ele não pode confirmar agora uma reforma que deve acontecer só no final do ano.

 

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Moro fortalecido

Divulgação

Depois da fritura sofrida no Congresso e no governo, o ministro Sergio Moro decidiu se movimentar nos bastidores. Aproveitou a estada em São Paulo, no último final de semana, para vários encontros reservados. Procurou fortalecer os laços com a deputada Joice Hasselmann, líder do governo no Congresso, em um jantar no Parigi, nos Jardins, acompanhado pela mulher Rosangela (de branco) e amigos.

 

Retrato falado

“A direita brasileira está passando por um momento de depuração”

O deputado Eduardo Bolsonaro carrega no Brasil a bandeira da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), entidade criada nos EUA para combater o comunismo. Os integrantes do movimento se reuniram no último fim de semana, em São Paulo, para discutir os rumos da direita. O 03 explicou que a briga no PSL faz parte de um processo de depuração da direita. “A esquerda também discute, mas reservadamente. Nós o fazemos publicamente”, disse ele, que é presidente do PSL-SP.

 

Ficou de joelhos

Bolsonaro está sentindo na carne o que o colega americano Donald Trump quis dizer com o slogan “América primeiro”. Mesmo sendo subserviente a Trump, o amor não foi correspondido. Os EUA não cumpriram o acordo de indicar o Brasil para integrar a OCDE. Em contrapartida, Bolsonaro fez de tudo para agradar os americanos: aumentou o limite para importação de etanol dos EUA sem tarifas, concedeu o uso da Base de Alcântara no Maranhão aos americanos e suspendeu a obrigação de visto para os ianques entrarem no Brasil, sem nenhuma reciprocidade. Ou seja, para a América tudo. E pro Brasil? Nada!! Como se diz em festas infantis de aniversário. Foi ingenuidade?

 

Enquanto isso…

Essa política distorcida é tocada pelo chanceler Ernesto Araújo. No evento da direita, em São Paulo, ele atacou a ONU por ter permitido o discurso de Greta Thunberg na conferência do clima. “A ONU não deveria dar espaço a uma criança bem nutrida, mas olhar para as crianças que passam fome na Venezuela”, disse.

 

“Moleque”

Carlos Bolsonaro, o prepotente filho do presidente, perdeu as estribeiras e atacou,
pelo Twitter, o senador Major Olimpio, líder do PSL no Senado, um dos maiores defensores de Bolsonaro no Congresso. Gratuitamente, o 02 taxou Major Olímpio de “bobo da Corte”. O senador, contudo, rebateu à altura: “Você só fala besteiras, seu moloque!”.

 

“Chorei sim”

Olimpio ficou indignado. “Eu sou o bobo que vive defendendo seu pai. Vá ser vereador no RJ, pois sua ausência ajudará muito o Brasil.” Carlos insinuou que o senador chorou lágrimas de crocodilo quando o pai levou a facada. Foi a gota d’água para o senador: “Chorei por seu pai sim. Não só na UTI, mas em outras vezes, pela preocupação com um amigo”.


 

“Datena é a menina mais bonita da praça”

Divulgação

O presidente quer que o apresentador José Luiz Datena seja seu candidato a prefeito de São Paulo. Diz que o está namorando. “Datena se elege prefeito sem gastar nada”, previu Bolsonaro na sexta-feira 11, em SP. Datena gostou do elogio: “Não sou modelo de beleza, mas partindo do Bolsonaro é interessante”.

 

Toma lá dá cá

João Doria, governador de São Paulo

Divulgação

O senhor tem rodado o mundo para atrair novos investimentos para SP. Qual é o balanço até aqui?
Na “Missão China” foram confirmados R$ 100 bilhões em novos investimentos no estado. Mais R$ 7,5 bilhões conquistados na viagem a Davos. Na Alemanha, a Volkswagen anunciou R$ 2,4 bilhões e, no Japão, outros R$ 1 bilhão garantidos pela Toyota.

Há interesse também na privatização das estatais paulistas?
Tem havido grande interesse, principalmente dos europeus, chineses e japoneses. Os primeiros projetos de concessão devem ser apresentados em janeiro e somarão investimentos de R$ 40 bilhões.

Qual é o efeito prático disso?
O estado crescerá 1,7% em 2019, o dobro do PIB brasileiro, que não deve passar de 0,8%.

 

Rápidas

• Lançado nesta semana, o livro “10 mentiras que o seu médico conta que podem matá-lo”, de autoria do professor da Universidade Estadual do Maranhão Magno Magalhães, faz um alerta sobre alimentos e produtos que são consumidos e utilizados pelas pessoas — com aval e respaldo médico

• Pela primeira vez na história, o salário mínimo passa dos mil reais. O Congresso aprovou que o novo mínimo será de R$ 1.039 (hoje é R$ 998) a partir de janeiro de 2020. Dá US$ 253. No início do Real era US$ 100.

• Na próxima terça-feira 22, o Senado aprovará, em segundo turno, a Reforma da Previdência. As pessoas terão que trabalhar alguns anos a mais. Em compensação, o governo ganhará fôlego para colocar as combalidas finanças em dia.

• Se o presidente sair do PSL, o partido comandado pelo deputado Luciano Bivar (PE) pode optar por lançar o governador do Rio, Wilson Witzel, como candidato a presidente em 2022, para enfrentar o próprio Bolsonaro.


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