A dirigente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly, disse que é cedo para comemorar o fim da inflação alta nos EUA, e que as projeções que defendem mais dois aumentos de juros pela autoridade monetária até o fim de 2023 são “realistas e razoáveis”. O aperto monetário, segundo ela, aparenta estar na etapa final.

Em evento promovido pelo Instituto Brookings, Daly ponderou que a demanda e a oferta ainda não estão necessariamente equilibradas nos EUA, e que os preços de insumos não têm aumentado tanto, indicando uma inflação ao produtor mais baixa. A dirigente explicou que o grande aperto monetário presenciado no último ano mostra que o Fed se equivocou quanto à velocidade de transmissão da política monetária, e que as questões bancárias e a pandemia enfrentadas pela instituição mostram que o aumento de juros não gera uma resposta tão forte quanto costumava gerar.

Daly explicou que, mesmo após o estresse bancário enfrentado pelos EUA a partir de março, as condições de crédito não ficaram tão apertadas quanto o esperado pelo Fed, e coube aos bancos menores a maior restrição ao crédito, enquanto os grandes bancos não sentiram impactos tão grandes. Porém, segundo ela, pode se tratar de um atraso e os americanos podem lidar com as consequências do menor acesso ao crédito nos próximos meses.