Com uma história vitoriosa no vôlei brasileiro, Renan Dal Zotto tem a missão de manter a seleção masculina entre as melhores do mundo enquanto administra uma fase de transição entre gerações. Depois de ficar fora do pódio dos Jogos de Tóquio no ano passado e da Liga das Nações em junho deste ano, o treinador garante que o Brasil entrará em quadra no Mundial, a partir de sexta-feira, “para brigar pelo título”. Para ele, seria uma conquista inédita, tanto como jogador quanto como treinador.

Dal Zotto sentiu o gosto de quase ser campeão mundial duas vezes. Quando atuava como atleta, foi prata ao perder a final para a União Soviética, em 1982. Já na condição de técnico, foi vice na edição passada, disputada em 2018, após derrota para a Polônia, que já havia sido campeã diante do Brasil em 2014, época na qual a equipe brasileira ainda era treinada por Bernardinho. Antes disso, a seleção venceu o torneio três vezes seguidas (2002, 2006 e 2010).

“Estamos em um momento de transição, mas chegamos no Mundial para brigar pelo título. Temos um grupo bem interessante, com jogadores mais experientes e uma garotada muito jovem. Durante as semanas de treino em Saquarema e na França, a equipe mostrou evolução e equilíbrio técnico em todos os fundamentos. Temos um grupo que chega ao Mundial em uma condição muito favorável. Vamos fortes e preparados para enfrentar um ritmo de jogo bem intenso”, analisou o comandante.

Medalhista de prata na Olimpíada de Los Angeles, em 1984, Dal Zotto tenta aliar sua carreira vitoriosa e seus 45 anos de experiência aos aspectos técnicos e táticos na hora de orientar a renovada seleção brasileira. “A quadra é o meu ambiente. Na hora em que abracei esse projeto, o foco da minha vida passou a ser a seleção brasileira masculina. Desde o primeiro treino. E uma coisa posso garantir: vou me dedicar e me entregar sempre, ao máximo”.

Na disputa do Mundial, o treinador tem chance de continuar escrevendo uma história de conquistas, apesar de saber da dificuldade que terá diante de adversários mais consolidados. De qualquer forma, ele se apoia em uma trajetória sólida e consegue enxergar um futuro brilhante para o Brasil.

“Até 1981, ninguém no Brasil imaginava que fosse possível viver de voleibol. Na minha primeira convocação para a seleção adulta, em 1977, o que a gente queria era representar o país e ter a oportunidade de fazer uma viagem internacional”, disse. “Minha vida toda foi pautada pelo voleibol, dentro das quadras ou fora delas. Minha história e a do voleibol do Brasil se confundem, me sinto parte. Fico orgulhoso por saber que de alguma maneira ajudei a construir esse caminho tão bacana e vitorioso”, concluiu.

Os convocados por Dal Zotto para o Mundial são os levantadores Bruninho e Fernando Cachopa; os opostos Darlan, Felipe Roque e Wallace; os centrais Flávio, Leandro Aracaju e Lucão; os ponteiros Adriano, Leal, Lucarelli e Rodriguinho; e os líberos Maique e Thales.

A jornada do Brasil começa às 6 horas (horário de Brasília) de sexta-feira, em Ljubljana, na Eslovênia, onde enfrentará Cuba pela fase de grupos. Depois, pega o Japão no domingo e o Catar na próxima terça-feira.