A ex-ginasta Daiane dos Santos falou sobre casos de racismo que sofreu quando ainda era profissional. A primeira brasileira campeã mundial da ginástica artística relatou, em entrevista à revista Marie Claire, que sofria ataques em clubes e na Seleção Brasileira por sua cor de pele e por vir de origem humilde.

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– Comigo, houve situações na Seleção, nos clubes, de pessoas que não queriam ficar perto, que não queriam usar o mesmo banheiro! Aquele tipo de coisa que nos faz pensar: opa, voltamos à segregação. Banheiros para brancos e banheiros para pessoas de cor. Teve muito isso dentro da Seleção – relatou a ex-ginasta.

– E além da questão da raça, tem a questão de vir do sul, de não ser do centro do país, de ter origem humilde. Ou seja: ela é tudo o que a gente não queria aqui! Acho que não existe uma pessoa preta que não tenha sofrido racismo na vida. O que acontece é que muitas pessoas não entendem o que estão passando, não sabem diagnosticar – acrescentou a campeã mundial.

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Daiane dos Santos também falou sobre a importância da medalha olímpica inédita da ginasta Rebeca Andrade. A ex-atleta, que comentou a prata de Rebeca na Olimpíada de Tóquio ao vivo, afirmou ser uma vitória importante que traz esperanças para os brasileiros.

– A vitória de um é a vitória de todos. A vitória dela foi também de todas nós, esperamos tanto tempo por essa medalha, que chegou no momento certo para dar esperança para os brasileiros durante um momento tão delicado, com tanta coisa triste que a gente viveu. É um presente de Deus que vai motivar mais e mais meninas e meninos a entrarem na ginástica – analisou Daiane dos Santos. Rebeca Andrade volta a competir por medalha neste domingo, na decisão do solo.

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