O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, avaliou nesta quarta-feira, 24, que o crescimento de 6,21% na arrecadação federal de janeiro a setembro reflete o desempenho dos principais indicadores macroeconômicos.

Segundo ele, mesmo excluindo-se fatores não recorrentes como o Refis e o aumento de alíquotas sobre combustíveis -, as receitas administradas ainda cresceriam 3,63% em relação ao mesmo período de 2017. “A conjugação de diversos fatores produz um resultado da arrecadação superior à variação do PIB projetada para este ano”, completou.

“Vamos aguardar o ajuste do setor financeiro para saber o resultado final da arrecadação do setor. A estimativa reflete projeções menores do que as do ano passado, mas o desempenho real do setor só será conhecido no final do ano”, alegou Malaquias.

Sustentabilidade

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal avaliou que a arrecadação de R$ 110,664 bilhões em setembro ficou dentro do esperado pelo Fisco. O resultado representa uma alta real de 0,26% em relação ao mesmo mês do ano passado.

“Todos indicadores macro sinalizam sustentabilidade da arrecadação nessa trajetória. Todos os setores da economia estão em um determinado ritmo de recuperação. O setor de serviços está começando a reagir de maneira mais positiva agora, o que também pode ser verificado pelos dados do mercado de trabalho”, afirmou ele.

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Segundo Malaquias, as taxas maiores de crescimento das receitas no começo de 2018 decorreram do pagamento de parcelas do Refis. Ele destacou ainda o endurecimento das ações de fiscalização da Receita, que fizeram o valor dos depósitos judiciais aumentarem neste ano.

Dólar

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federa destacou que a arrecadação de tributos em setembro foi influenciada pelo bom desempenho da produção industrial, das vendas de bens e serviços, além do aumento da massa salarial. Segundo ele, o resultado se refletiu no recolhimento de PIS/Cofins.

Malaquias apontou ainda que volatilidade do dólar reduziu o comércio exterior e diminuiu o valor em dólar das importações. “Mas, mesmo com a variação abrupta do câmbio em setembro, ainda houve um aumento na arrecadação com o imposto sobre importações na comparação com o mesmo mês de 2017”, acrescentou.

Ele também destacou o aumento de 21,34% no recolhimento do Imposto de Renda sobre Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). “Esse foi um dos principais fatores para o crescimento da arrecadação no mês. Só o IRPJ e a CSLL por estimativa de lucro subiu 34%, liderada pelo setor não-financeiro”, completou.

Por outro lado, na comparação com setembro do ano passado pesa a redução das alíquotas de PIS/Cofins sobre o diesel. “Isso dá R$ 600 milhões a menos de arrecadação por mês”, disse Malaquias.


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