A carioca Nathalia Gibson, de 27 anos, tem ganhado destaque na web como influenciadora digital. Ela iniciou sua carreira em 2016, quando ainda trabalhava como jovem aprendiz e viu, através de um convite para fotografar uma marca, a oportunidade de crescer profissionalmente através do Instagram. Ela conta como aconteceu a virada de chave na sua carreira.

“Eu sempre aproveitei as oportunidades que aparecem na minha vida, e o jovem aprendiz foi uma delas. Apesar de não me identificar com a área administrativa, era um caminho para alcançar os meus objetivos. Até que um dia uma marca que eu era cliente me chamou para fotografar uma coleção e eu fui. No início eu fazia isso por permuta, ganhava algumas peças de roupas em troca do ensaio. A partir dessa visibilidade inicial outras marcas começaram a me chamar, e eu comecei a trabalhar como modelo independente. E nisso eu percebi que várias meninas que eram modelos independentes também trabalhavam com o Instagram, e eu pensei: ‘Se elas conseguem, eu também consigo, vou tentar'”, diz.

Gibson é uma mulher preta, crescida na baixada fluminense, e que passou o restante da sua juventude na comunidade Gardênia Azul, na zona oeste do Rio de Janeiro. Para ela, ocupar um lugar de destaque hoje, retrata que sim, a favela venceu. “Eu digo que cada conquista minha, é a favela vencendo mais uma vez, e assim vai ser pelo resto da minha jornada. Como a maioria dos brasileiros, eu sou uma menina que nasceu pobre, favelada, com poucos recursos, quase nenhuma oportunidade, um pai ausente por escolha e uma mãe solo ausente porque precisava trabalhar para eu ter o que comer. Mas, apesar de tudo isso sempre teve muitos sonhos e vontade de vencer”.

“Eu morei em muitos lugares, porque como a minha mãe precisava trabalhar, eu era criada pelas minhas tias, morei um tempo com cada uma. Então, eu nasci em Nova Iguaçu, morei em São João de Meriti, Belford Roxo e por último na Gardênia Azul. E toda vez que eu passo por algum desses lugares, passa um filme na minha cabeça, principalmente quando passo pela gardênia. E acho muito importante ter essa conexão com as minhas raízes, minha origem, pois me faz manter o pé no chão. Eu digo que eu sei onde estou, sei onde quero chegar e nunca esqueço de onde eu vim, isso é primordial. Tenho muito orgulho da minha história e da trajetória que venho construindo. Acredito que isso é só o início”, continua.

Embaixadora da L’Oreal Paris, Nathalia divide espaço com a atriz Taís Araújo, de quem é muito fã e foi sua grande referência na infância. Ela conta como se sente inspirando outras meninas, da mesma forma que Taís já a inspirou um dia.

“Toda vez que eu entro em uma reunião e a Taís está eu não consigo fingir costume, até hoje me declaro e faço festa, eu fico eufórica. É muito grandioso pra mim poder estar junto a uma pessoa que eu sempre olhei e me inspirei. A Taís Araújo foi além da minha referência de infância, ela foi a pessoa que fez com que eu olhasse para mim, me aceitasse e me amasse como eu sou. A Taís foi a maior responsável pela minha transição capilar, e como consequência, por esse lugar que ocupo hoje. E saber que ela sabe disso, que eu tive a oportunidade de contar a minha história para ela aquece o meu coração. Ela indiretamente mudou a minha vida”, afirma.

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“Afinal, se ela não tivesse sido a Helena em viver a vida, com aquele cabelo cacheado, cheio e empoderado, talvez eu nunca tivesse enxergado a beleza e o poder que o meu cabelo tem, que eu tenho. E saber que hoje me amando, me aceitando, eu sou a referência que um dia a Taís Araújo foi pra mim me deixa extremamente feliz e realizada com o que eu faço”, finaliza.


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