Da carreira à vida pessoal: quem é César Tralli, que substituirá Bonner no ‘JN’

Genro da ‘Garota de Ipanema’, correspondente internacional e repórter especial, o jornalista está há 32 anos no Grupo Globo

César Tralli
César Tralli. Foto: Reprodução/TV Globo.

A TV Globo anunciou, nesta segunda-feira, 1º, a saída de William Bonner da bancada do “Jornal Nacional” após 29 anos como apresentador e 26 anos acumulando também a função de editor-chefe. O anúncio acontece no mesmo dia em que o telejornal mais importante do País comemora 56 anos no ar. 

Atual apresentador do “Jornal Hoje”, Cesar Tralli, 54 anos, assume o comando do JN, ao lado de Renata Vasconcelos, a partir de novembro. Relembre momentos marcantes da carreira e da vida do jornalista.

Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, Tralli começou sua trajetória profissional na Gazeta Esportiva e passou pela rádio Jovem Pan, SBT e Rede Record, antes de ingressar na Globo em 1993. 

+William Bonner deixa bancada do ‘Jornal Nacional’ e será substituído por César Tralli
+Como Bonner entrou na Globo e se tornou um dos maiores âncoras do Brasil?

Há 32 anos no Grupo Globo, Tralli foi contratado em 1993, e aos 24 anos se tornou correspondente internacional, atuando em Londres entre 1995 e 2000. De volta ao Brasil, participou de grandes coberturas e se especializou em reportagens especiais e investigativas.

Em 2011, tornou-se âncora do “SPTV 1”, posto que ocupou por dez anos antes de passar a apresentar o “Jornal Hoje” no lugar de Maju Coutinho e o “Jornal GloboNews – Edição das 18h”.

Tralli já ocupou a bancada do JN por diversas vezes, sendo o âncora eventual na ausência de William Bonner. 

O jornalista falou sobre o desafio de encarar a nova missão e disse que apresentar o Jornal Nacional é uma honra.

“Me sinto extremamente honrado. E ao mesmo tempo desafiado pela responsabilidade desta nova função. Estou na Globo há quase 33 anos e lá atrás, quando ainda era jovenzinho, já fazia reportagens pro JN. Acompanhei a chegada do William na bancada do Jornal Nacional e por muitos e muitos anos fiz matérias especiais pro JN. Portanto, eu recebi o convite e a missão com absoluta felicidade e serenidade. Agora, nunca, jamais me passou pela cabeça suceder o William. Meu foco sempre foi o presente. Cumprir muito bem-feito minhas atribuições. Sou muito exigente comigo mesmo. Espero, portanto, honrar a nova missão no JN”, declarou ele em matéria publicada no g1.

Momentos marcantes no jornalismo

Assassinato de Yitzhak Rabin

Logo após chegar a Londres como correspondente internacional, em 1994, César Tralli realizou a cobertura sobre o assassinato do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, atingido por dois tiros pelas nas costas. O político comandava acordos de paz entre israelenses e palestinos e foi alvejado pelo estudante israelense Yigal Amir, ligado a um grupo de extrema-direita. Diretamente da Europa, o então repórter foi responsável por algumas das matérias, do JN e do Fantástico, sobre o caso.

A menina que chorava cristais

De Londres, Tralli viajou para o Líbano para conhecer de perto o surpreendente caso da menina que chorava cristais, que repercutiu no Oriente Médio naquela época. Três dias depois ele esteve novamente no país após ter sido descoberto que tudo era uma farsa. A menina era obrigada pelo pai a colocar pedaços de vidro dentro do canal lacrimal para simular as “lágrimas”. O caso rendeu nova matéria para o JN.

Caso Richthofen

César Tralli esteve na cobertura de um dos casos que mais chocaram o Brasil e que repercute até hoje. De volta ao Brasil, ele acompanhou o caso do assassinato de Manfred e Marísia Von Richthofen, em 31 de outubro de 2002, em São Paulo, planejado pela filha do casal, Suzane Von Richthofen, que na época tinha 18 anos. Ela contou com a ajuda do namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos.

Caso Eloá

O caso Eloá, em Santo André, Região Metropolitana de Santo Paulo, foi outra tragédia que chocou o país, em outubro de 2008. Inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg Alves entrou na casa de Eloá Pimentel, de 15 anos, e a fez de refém ao lado da amiga dela, Nayara Rodrigues. O sequestro durou 100 horas e terminou com Nayara ferida e Eloá morta.

Em uma reportagem decisiva, Tralli mostrou o que aconteceu no dia em que a polícia estourou o cativeiro, contradizendo a versão oficial da PM de São Paulo de que o imóvel foi invadido depois que os policiais ouviram disparos.

O então repórter provou, baseado na perícia e análise das imagens das câmeras da Globo, que filmou toda a ação, que os disparos do sequestrador só aconteceram depois da entrada da PM no apartamento.

Mundial de Clubes

César Tralli era apresentador do “SPTV 1ª Edição”, o telejornal local de São Paulo, em 2012, quando acompanhou o Corinthians na final do Mundial de Clubes, no Japão. O time paulistano acabou campeão do torneio, vencendo o Chelsea.

Apesar do fuso horário de 12 horas a mais, o jornalista fez entradas ao vivo e matérias especiais sobre os jogos, torcidas, costumes locais. 

Vida pessoal

César Tralli casou-se três vezes. A primeira união foi com a modelo Cássia Ávila em 2006, e durou apenas um ano. 

Após a separação, o apresentador se relacionou com a jornalista Flávia Freire, com quem também se casou. Os dois ficaram juntos até 2013.

Atualmente, Tralli é casado com a apresentadora Ticiane Pinheiro, filha da “Garota de Ipanema” Helô Pinheiro. Os dois iniciaram um namoro em 2014 e viveram um relacionamento entre idas e vindas até 2016, quando o jornalista pediu a namorada em noivado em junho de 2017. O casamento aconteceu em Campos do Jordão/SP pouco depois.

O casal teve a primeira filha, Manuella, no final de 2018. O apresentador mantém boa relação com a primogênita de Ticiane, Rafaella Justus, 16 anos, que o chama de ‘paidrasto’.

Perda da mãe vítima de acidente aéreo

Em outubro de 2022, o jornalista Cesar Tralli viveu um drama pessoal. Sua mãe, Edna Tralli, morreu aos 74 anos, vítima da queda de um avião. O acidente com a aeronave de pequeno porte ocorreu na Represa de Jurumirim, em Paranapanema, no interior de São Paulo. O piloto e dono da aeronava, Euclides Brosch, de 78 anos, companheiro de Edna, também morreu no acidente.