Da cela em Curitiba, o ex-presidente Lula voltou a praticar seu esporte predileto: distribuir as cartas no PT. Numa tacada só, tomou duas decisões. Primeiro resolveu reconduzir Gleisi Hoffmann ao comando do partido. A presidente da legenda segue como manda-chuva, pois Lula entende que não há ninguém melhor do que ela para seguir à risca os seus desígnios, sem opor qualquer resistência.

A histriônica Gleisi é fiel escudeira. Ela no comando significa Lula no comando. Outra cartada de Lula foi autorizar seu ex-desafeto José Eduardo Cardozo a se lançar como candidato do PT à prefeitura de São Paulo, em 2020. Nesse caso, há quem interprete a jogada como um blefe, já que nem Cardozo estaria integralmente convencido da viabilidade política da nova empreitada. Pesquisas internas revelariam que o voo de Cardozo é de galinha. O ex-ministro da Justiça faz a linha “petista ilustrado-de-terno”, sem língua presa nem cara de burocrata soviético. Para o militante raiz isso costuma ser fatal. Fernando Haddad que o diga.