O Divirta-se (guia tradicional de entretenimento do jornal O Estado de S. Paulo) conversou com a curadora da mostra, a suíça Fabienne Eggelhöfer. Na entrevista, ela diz que o público descobrirá um ‘Paul Klee diferente’ na exposição que chegará a São Paulo neste mês de fevereiro. Confira a seguir a entrevista.

A mostra foi pensada para o Brasil. Quais foram os critérios para a seleção das obras?

Uma vez que será a primeira grande exposição de Paul Klee no Brasil, nós decidimos organizá-la no formato de uma retrospectiva. A mostra permitirá que o público conheça seu desenvolvimento artístico e também tenha acesso a importantes aspectos de sua obra, como seu interesse pelo teatro, seus comentários políticos ou a série de desenhos com a temática dos anjos.

Você acredita que a produção de Klee dialoga com o modernismo brasileiro?

Sim, acredito que ressoa em artistas como Lasar Segall, Alfredo Volpi e até mesmo nos neoconcretos. Mais estudos precisam ser feitos. Espero que a mostra desperte o interesse para a pesquisa de mais relações como essas.

A exposição inclui obras raras de Klee. Quais delas você destacaria? Por quê?

Eu destacaria especialmente uma pequena pintura intitulada ‘Struck from the List’, que Klee produziu em 1933, no período em que foi perseguido pelo regime nazista. A obra é muito singela, mas expressa claramente como ele se sentia. Também destacaria a última pintura criada por ele, que ainda estava em um cavalete de seu estúdio quando ele morreu. É uma natureza-morta na qual ele combinou os aspectos mais importantes de sua obra.

Klee tinha um estilo difícil de ser classificado. Como a mostra evidencia essa independência do artista?

Em cada seção, o público descobrirá um Klee diferente – e é exatamente isso que faz a mostra ser tão interessante.