PARIS, 18 MAI (ANSA) – Uma cúpula realizada nesta terça-feira (18) em Paris, que busca aumentar o financiamento na África em meio à pandemia de Covid-19, defendeu a quebra de patentes de vacinas para permitir a fabricação das doses contra o novo coronavírus no continente.
O anúncio foi feito pelo presidente da França, Emmanuel Macron, durante coletiva de imprensa após o encontro sobre as economias africanas que reuniu vários líderes africanos, do G7 e G20, incluindo o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, além de representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e outras instituições financeiras.
“Apoiamos a transferência de tecnologias, além dos trabalhos solicitados pela OMS, pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e pelo Medicines Patent (OPP, entidade do setor de saúde apoiada pela ONU) de remover todas as restrições em termos de propriedade intelectual que bloqueiam a produção de qualquer tipo de vacina”, declarou Macron.
Citando o lento ritmo de vacinação como um grande problema para o continente, o líder francês divulgou uma meta de vacinar 40% das pessoas na África até o final de 2021. Para ele, “a situação atual não é sustentável, é injusta e ineficiente”.
Macron ainda alertou que deixar de imunizar os africanos pode permitir que variantes potencialmente perigosas do Sars-CoV-2 surjam na região e se espalhem pelo mundo.
“Deixar de proteger a África das variantes que reaparecerão em solo africano atingirá os próprios africanos e nos condenará perpetuamente a perseguir” essas mutações, alertou.
O presidente do Senegal, Macky Sall, por sua vez, elogiou o que descreveu como uma “mudança de mentalidade” na abordagem, com as nações do G20 percebendo que seu próprio bem-estar depende do progresso da campanha de vacinação na África. “Temos uma responsabilidade comum: vacinar as próprias populações não garante a segurança da saúde”, finalizou. (ANSA)