Durante depoimento ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) nesta quinta-feira, 29, Paulo Cupertino negou as acusações e alegou que seria “impossível” ele ter matado o ator Rafael Miguel e seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel, em junho de 2019. Os três foram mortos a tiros quando foram visitar a filha do réu, Isabela Tibcherani.
Na oitiva, Cupertino afirmou que não estava armado no dia dos fatos. “Eu sei que seria capaz de coisas piores para defender minha família. Meu depoimento não é ensaiado. […] Nunca tive conhecimento sobre eles [Rafael, João e Miriam], eu nem sabia que minha filha namorava. É impossível eu ter cometido este crime”, reiterou o réu. As informações são do “Splash”, do “UOL”.
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O suspeito apontou que há “muitas irregularidades” no processo e outra pessoa foi responsável pelos assassinatos. “Fui covarde. Poderia ter evitado a situação. Eu tinha força o suficiente para enfiar a mão no peito do vagabundo que fez isso. Mas como não foi com a minha família, eu não interferi”, declarou Cupertino.
O réu ainda alegou que nunca impôs proibições à filha e apenas colocava limites e tolerância de horário. “Ela sempre foi uma excelente filha, estudava. Havia apenas um lugar em que eu não deixava ela ir, mas era bem definido, no Jardim Apurá.”
Isabela contou em depoimento dado em outubro do ano passado que ficou presa após o réu descobrir que ela estava namorando com Rafael. “Oito meses, sem contato, sem celular, sem convívio com outras pessoas, só dentro de casa.” A filha do acusado também lembrou que o pai a proibiu de se relacionar com o ator ou com qualquer outro garoto, e passou a monitorar o celular dela.
“Ele falava em brincadeiras e conversas paralelas com pessoas conhecidas: ‘Você só vai namorar depois dos 30, se eu deixar’”, frisou.
Relembre o caso
Rafael Miguel e seus pais foram mortos a tiros quando iam visitar a namorada do ator. De acordo com o boletim de ocorrência do caso, os três tinham ido até a casa dela para conversar com Cupertino sobre a relação. Eles foram recebidos pela mãe da moça e, logo em seguida, o réu teria chegado e atirado em todos, que estavam ainda no portão da residência.
Segundo a denúncia, ele disparou 13 vezes contra as vítimas. Ele foi acusado de triplo homicídio qualificado. A reação teria acontecido pelo fato de Cupertino não aceitar a relação da jovem com o ator. Toda a família teria ido ao local para discutir a relação dos dois.
O réu está preso desde maio de 2022, quando foi achado por policiais enquanto se escondia em um hotel.
Julgamento de Cupertino
Cupertino é julgado no Fórum da Barra Funda em júri popular e a previsão é de que o julgamento seja encerrado nesta sexta-feira, 30. O réu é acusado de homicídio doloso com duas qualificadoras: crime cometido sem chance de defesa das vítimas e por motivo fútil.
Em outubro do ano passado, o réu teve seu julgamento iniciado. No entanto, ele destituiu sua defesa alegando quebra de confiança. Sendo assim, não foi possível continuar com o processo e os depoimentos que já tinham sido dados foram anulados.
O réu chegou a escrever uma carta pedindo para que o seu julgamento fosse adiado novamente, dizendo que seus novos advogados não tiveram tempo de saber tudo sobre o seu processo. O pedido foi negado pela Justiça.
*Com informações do Estadão