ISTAMBUL, 24 FEV (ANSA) – Um tribunal de Istambul condenou nesta quarta-feira (24) três cidadãos turcos a quatro anos e dois meses de prisão por terem favorecido o ex-CEO do grupo Renault-Nissan Carlos Ghosn em sua fuga do Japão para o Líbano em 2019.   

Os juízes consideraram Okan Kosemen, um funcionário da empresa de fretamento de jatos MNG, e os pilotos Noyan Oasin e Bahri Kutlu Somek culpados por “contrabando de migrante”. Além disso, todos os três condenados terão que pagar uma multa de mais de 30 mil liras turcas, cerca de 3,5 mil euros.   

Ghosn é acusado no Japão de ter subnotificado rendimentos e de ter desviado recursos da Nissan para fins pessoais. Ele alega, no entanto, que as denúncias são uma trama para frear seus planos de aumentar a integração com a Renault. Por isso, o brasileiro saiu do Japão.   

A fuga envolvia uma escala em Istambul em vez de um voo direto “para não levantar suspeitas”. Na oportunidade, Kosemen teria transferido Ghosn, que estava viajando escondido dentro de “uma grande caixa para instrumentos musicais”, com a ajuda do ex-membro das forças especiais dos EUA Michael Taylor e de George-Antoien Zayek, um cidadão libanês. A acusação diz que Taylor e Zayek levaram Ghosn em segurança pelo aeroporto japonês de Osaka. Além disso, teriam aberto “70 buracos na parte inferior da caixa para ele [Ghosn] respirar facilmente”. A aeronave pousou em Istambul e estacionou próximo de uma outra com destino a Beirute. Kosemen teria recebido por volta de 217 mil euros por ter participado do plano, além de embolsar uma quantia não identificada após a chegada de Ghosn na capital do Líbano. Os três condenados, no entanto, se declararam inocentes e vão aguardar o processo de apelação. A empresa MNG, por sua vez, declarou que desconhece os fatos.   

Já outros dois pilotos e dois comissários de bordo julgados no mesmo processo foram absolvidos pelo tribunal. (ANSA)