O ex-presidente Michel Temer (MDB), foi o entrevistado da live de istoé nesta terça-feira (7). Com a experiência de quem ocupou duas das principais cadeiras da Esplanada dos Ministérios, ele disse sobre as dificuldades nas negociações entre o Executivo, o Legislativo e a sociedade para governabilidade.

“Bolsonaro: cuide da vida das pessoas, a economia vai, mas volta.”

Aos 79 anos, Michel Temer é advogado e esteve dos dois lados do poder. Foi presidente por três vezes da Câmara dos Deputados e falou na live sobre os modos operantes dos Três Poderes. Ele revelou como o Executivo pode efetivamente agir e atuar coordenadamente com Congresso para aprovar as reformas num momento de crise política.

“Uma das palavras chaves de um governo é o diálogo”, avalia. “Tive a felicidade de ter um bom diálogo com o Congresso Nacional e com a sociedade. Isso nos permitiu levar o governo”, avalia.

“Se você quer viver numa democracia você tem que estar disposto a conversar”, disse.

“Tenho impressão que é possível dar sequência a chamada de reforma tributária que eu prefiro chamar de desburocratização tributária. Eu acho que é possível levar adiante até o final do ano.”

Já sobre a reforma administrativa o ex-presidente dá a dica: “É difícil, por isso, acho que ela deve ser uma coisa mais silenciosa. Mas o Congresso tem apetite para votar as reformas”, disse.

Quando questionado sobre os sobressaltos dados em áreas essenciais para um país, como saúde, educação, segurança pública e meio ambiente, Michel Temer avalia que tem a sensação de desarticulação.

“Essa instabilidade não é boa. É tem fundamento psicológico, as pessoas começam a perceber essa desarticulação. Acho que o presidente deveria rapidamente indicar dois bons nomes para educação e saúde.” Sobre a saúde de Bolsonaro, Temer diz que o presidente “tem que seguir o que os operadores de medicina sugerem, o que a ciência diz”, recomenda.

Quando a pauta é a imagem internacional do Brasil, Temer avalia que o país deve adotar uma guia que conduz a política interna e externa.

“A teoria mais adequada é do multilateralismo. O Brasil não pode adotar o isolacionismo. Temos que ter boas relações com a China, que é o nossa maior parceiro comercial e com os Estados Unidos que nosso segundo parceiro e temos que ter boas relações aqui na América Latina. Tem que ser universalista, sustentando a multilateralidade”.

Temer também revelou que se arrepende de ter sido muito informal nas audiências no período em que foi presidente.

“Recebi uma vez um empresário e me deu um problema seríssimo. O procurador-geral da República quis me pegar de qualquer maneira. Então, eu acho que esta certa informalidade que eu tinha, naquele momento não foi bom. Embora, graças a Deus, a verdade tá aparecendo, até judicialmente”, finaliza.