O verão é uma das estações mais aguardadas do ano, pois acompanha confraternizações, recesso/férias e, é claro, muito sol. Por isso, é comum aderir a cuidados especiais para aproveitar o melhor dessa época — mas engana-se quem pensa que apenas manter o skincare com muito filtro solar é o suficiente. Muitas vezes negligenciada, a saúde íntima demanda ainda mais atenção nesse período e você precisa compreender tal importância.

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Devido às características típicas do verão e outros fatores comuns da estação, como idas à praia e à piscina, por exemplo, algumas condições são favorecidas. Entre as principais consequências, a ginecologista Neila Maria de Gois Speck, presidente da Comissão Nacional Especializada em Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), destaca a proliferação de fungos, que pode resultar em vulvovaginite (causando coceira, assaduras e corrimento), irritação íntima e candidíase.

“Como a temperatura é mais alta, é ainda mais importante ter atenção para que a região íntima fique mais arejada. Fungos e bactérias gostam de lugares quentes e úmidos, então temos que cuidar para manter a vulva mais fresca e seca”, explica Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da Inciclo.

Como cuidar da saúde íntima no verão

Segundo Neila, os principais cuidados com a saúde íntima no verão demandam evitar hábitos como uso de biquíni molhado, roupas muito justas, absorvente diário, sabonetes em excesso, perfumes na região e automedicação para tratar sintomas de problemas vaginais. Sendo assim, as orientações são: realizar a troca da roupa de banho após o contato com a água, fazer o uso de tecidos leves (como o algodão), proteger a pele com cremes de assadura que contenham óleos vegetais e higienizar a área com sabonete neutro.

Mariana, por sua vez, alerta sobre os absorventes descartáveis, que oferecem risco ainda maior no verão. “Ficar com o sangue em contato com a vulva no calor, acelera a proliferação de microorganismos que podem causar infecção”, pontua.

O uso de absorvente interno também é desencorajado pela fundadora da Inciclo, visto que pode desencadear em Síndrome do Choque Tóxico (SCT). A condição rara é causada por uma infecção pelas bactérias Staphylococcus aureus ou Streptococcus pyogenes, que liberam toxinas que danificam os tecidos e, em casos mais graves, podem levar à falência de órgãos e amputação de membros. “O ideal é usar coletor ou disco menstrual, assim a vulva fica arejada e diminui o risco de infecções vaginais. Além disso, são excelentes alternativas para quem vai para praia ou piscina, pois permitem entrar tranquilamente na água e podem ser usados por até 12 horas”, indica Mariana.

Por fim, Neila destaca que a alimentação também merece atenção para manter a saúde íntima. “Os carboidratos podem ser transformados em açúcares e o excesso pode favorecer a acidez vaginal e ajudar na proliferação dos fungos”, explica a médica, indicando manter uma dieta balanceada, rica em alimentos frescos e naturais.