Finalista da Copa Libertadores com o Santos, o técnico Cuca tem recebido elogios na Argentina após a atuação inesquecível do Santos diante do Boca Juniors, na Vila Belmiro, que acabou em uma vitória por 3 a 0.

Um dos principais portais de notícias argentino, o Infobae entrevistou o treinador brasileiro nesta terça-feira (19). Durante a conversa, Cuca revelou que tem o sonho de um dia ser o técnico dos Boca.

“O Boca é gigante, nunca vai deixar de ser porque perdeu o jogo. É apenas uma derrota. Para mim, o Boca é muito grande, e vou comandá-lo, se Deus quiser. Gostaria, mas nunca me chamaram”, afirmou o treinador de 57 anos.

Outro ponto analisado pelo comandante santista, de 57 anos, foi a preleção de Pelé por meio de um vídeo enviado pelo rei.

“Foi uma motivação para o grupo. Participou da nossa conquista motivando os jogadores. Como brasileiros, é o único orgulho que temos, dizer que somos brasileiros como Pelé. Participou nessa conquista, debilitado como está. Dedicamos a vitória a ele. Na preleção, falou sobre Deus e disse coisas íntimas que não queremos comentar. O Santos é o clube do Rei”, relembrou.

Quando o assunto foi o confronto com os xeneizes, Cuca tratou de amenizar a facilidade com que o Santos encaminhou a classificação.

“Os primeiros 90, um 0 a 0 muito parelho. Foi um bom resultado para a gente, mas sabíamos que se o Boca fizesse um gol na Vila, se classificaria. Era um resultado perigoso, também. Não pensamos em só nos defender na Vila Belmiro. Pelo contrário, saímos para atacar e pressionar, e no primeiro minuto já acertamos a trave. Criamos oportunidades e abrimos 1 a 0. Com esse placar, já não tínhamos mas a chance dos pênaltis. Virou um jogo aberto, e o Santos se impôs, repetindo o que fez contra o Grêmio. […] Merecemos ser finalistas”, explicou.

“Não foi fácil. O 1 a 0 era perigoso. Villa [atacante do Boca] esteve perto de empatar. Empatando, o 1 a 1 animaria o Boca e desanimaria a gente. Quando temos o fator emocional do nosso lado, o jogo fica mais fácil, porque não precisamos fazer mais gols, e sim defender e contra-atacar. Tivemos o controle emocional do jogo, sem considerar se o Boca teve ou não atitude. Se seguia 0 a 0, era muito perigoso para o Santos. Se o Boca fazia o 1 a 1, era outro jogo. Não posso dizer que o Boca não jogou nada ou que não teve vontade, foi um rival difícil para a gente”, completou.

Religiosidade

Sobre a camiseta com a imagem da Virgem Maria utilizada no jogo contra o Boca na Vila, Cuca lembrou que já tinha usado outra camiseta da padroeira durante a conquista do Atlético-MG da Libertadores em 2013.

“Ponho uma camiseta da Virgem Maria em todos os jogos da Libertadores. O povo argentino deve acreditar na fé, como eu. É para dar confiança durante os jogos. Coloquei durante toda essa Copa e também utilizei na Libertadores de 2013, quando dirigia o Atlético-MG e fomos campeões. É a mesma camisa, tenho faz tempo. Adoro a Virgem Maria”, revelou.