Uma cubana residente na Flórida foi acusada de fraude migratória por se casar com dez homens em dez anos para facilitar a residência nos Estados Unidos de imigrantes sem documentos em troca de dinheiro, segundo documentos judiciais.

Yosandra Piedra Vásquez se casou com nove estrangeiros no sul da Flórida e outro na Geórgia (sul dos EUA) entre 2002 e 2012, segundo determinou um julgamento de acusação do distrito sul do Tribunal Federal da Flórida.

O montante das transações não foi especificado no texto da acusação formal, obtido nesta terça-feira (9) pela AFP.

O texto cita Yoel de Moya Lozada como o conspirador que trabalhou como elo de ligação para celebrar os casamentos.

“Os acusados intencionalmente se associaram, conspiraram e acordaram entre eles e outras pessoas (…) para celebrar matrimônios fraudulentos”, assinala o documento judicial.

O objetivo da fraude era de “os estrangeiros não-cubanos se qualificarem fraudulentamente (para obter) os benefícios migratórios” que outorga a Lei de Ajuste.

Segundo essa lei, que alivia a situação migratória dos exilados cubanos, um estrangeiro que se case com um cubano obtém a residência permanente de uma maneira mais livre do que se casasse com um americano.

“Usar o status migratório por razões fraudulentas, como neste caso, é um crime sério”, disse à AFP Kathy A. Redman, diretora da região sudeste do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS). “Não toleraremos essa violação ao nosso sistema migratório”.

Os estrangeiros que obtiveram a residência através dessa operação não foram identificados no documento da acusação. Tampouco é afirmada a idade dos acusados.

Ambos enfrentam processos por conspirar para defraudar o governo dos Estados Unidos e conspirar para colaborar com um estrangeiro a viver ilegalmente no país. Piedra e De Moya podem ser condenados a uma pena máxima de dez anos.