HAVANA, 14 MAR (ANSA) – Por Francisco Forteza. Cuba inaugurará seu “primeiro hotel de luxo” cinco estrelas em pleno coração da sua capital, Havana, em cuja obra foi utilizada apenas mão de obra indígena, “uma força de alta organização”, segundo a imprensa local. O Gran Hotel Manzana Kempinski La Habana, que tem seis andares e que será aberto oficialmente neste mês, é uma sólida construção situada na área central e comercial da cidade cubana, rodeada de outros hotéis e a poucos passos do Capitólio Nacional que, mesmo ainda sem data, em breve terminará de ser restaurado para ser a sede da Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, o Parlamento do país. O hotel conta com 246 quartos, muitos deles de tipo suíte ou suíte Junior, e oferecerá uma “suíte presidencial” especial de 150 metros quadrados promovida como “única do tipo”. Os preços das diárias, no entanto, ainda não foram divulgados. As acomodações encontram-se em uma área conhecida como a “Manzana de Gómez”, construída entre 1894 e 1917 como um setor de lojas estruturado no “estilo europeu”. Segundo a companhia Kempinski em seu site, no interior do hotel operarão 16 comércios de produtos e marcas reconhecidas internacionalmente, como Gucci, Mango e Lacoste.   

A construtora também afirma que as suítes têm tetos “extra-altos” e janelas francesas que se abrem para a parte mais antiga e histórica da capital e ressalta que o Manzana é o “primeiro hotel realmente de luxo” de Cuba.   

A chamada indústria do ócio cubana, que vive um grande crescimento nos últimos anos, enfatiza a qualidade dos serviços do local que, segundo seus administradores, alcança o seu ápice no hotel. Outra novidade relacionada ao espaço, completamente financiado por capital estatal, é que na sua construção participaram funcionários indígenas, um acontecimento sem antecedentes nessa escala no país, que geralmente é dominado por mão de obra nacional.   

Um porta-voz da imobiliária Almest, que realizou a execução do projeto junto à Associação Econômica Internacional União de Construções Militares (UCM), disse que os índios foram contratados “para acelerar o processo de investimentos com trabalhadores especializados”. Os indígenas também foram descritos como “uma força de alta organização, persistência e profissionalismo que contribui também para a formação dos funcionários cubanos”. A companhia também deixou claro que o trabalho dos índios “é de qualidade muito alta” e que está se tendo “um alto aproveitamento da jornada de trabalho, o que resulta em uma maior produtividade”. (ANSA)