Após um problema na rede elétrica de Cuba, o país inteiro permaneceu na escuridão nesta sexta-feira, 18. A falha acontece menos de um dia após o governo anunciar a necessidade de economizar energia em função da escassez de gasolina e outras interrupções de larga escala, diz o jornal “The New York Times”.

O Ministério de Energia de Cuba anunciou na rede social X que, durante a manhã de sexta-feira, uma falha na usina termoelétrica em Matanzas causou o apagão. Pouco antes, o primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, havia feito um discurso com autoridades estaduais para debater a atual crise elétrica – uma das piores já enfrentadas pela nação.

Durante semanas, Cuba não conseguia operar a rede elétrica devido a falta de combustível, o que deixou a população sem eletricidade por até 12 horas por vez. A fim de economizar, as autoridades decretaram que apenas serviços essenciais continuariam funcionando, enquanto atividades culturais e não essenciais ficariam suspensas.

Quando a energia retorna, a demanda aumenta e sobrecarrega ainda mais a rede elétrica, o que levou o Ministro a pedir que as pessoas reduzissem o uso. De acordo com alguns sites do governo cubano, os hospitais vão permanecer abertos, mas o restante da vida econômica do país deve ser paralisada. “Em outras palavras, estamos paralisando a atividade econômica”, disse Marrero.

A crise

A crise energética de Cuba foi agravada pelas más condições climáticas, que impossibilitaram o descarregamento de entregas de combustível de navios petroleiros. O ministro Manuel Marrero Cruz ainda ressaltou os embargos comerciais impostos pelos EUA sobre Cuba, uma das principais razões para a deficiência energética do país latino. Segundo Marrero, os embargos limitam a capacidade do país de importar combustível, impondo dificuldades aos cubanos.

Miriam Leiva, uma jornalista dissidente em Havana, afirma que a situação é alarmante. “Esta é uma situação que nunca aconteceu antes. […] O pior é que eles não têm ideia de quando vão resolver isso, ou como”, disse ela.