O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, sustentou neste sábado (23) que os Estados Unidos querem a impunidade para os “operadores” do “esquema desestabilizador” que assegura que Washington promove na ilha, diante das críticas de funcionários americanos sobre a declaração de ilegalidade de uma manifestação de opositores convocada para 15 de novembro.

“O império quer impunidade para seus operadores em Cuba e ameaça com mais medidas. Que soberba, prepotência e frustração a do império. Receberá a resposta digna do nosso povo”, tuitou o presidente cubano.

“Quando o governo americano se pronuncia, fala quem financia e organiza o esquema desestabilizador, que soma a todo grupúsculo ou instituição – mediante dólares – que aportar uma iniciativa contra a Revolução. Chega de ameaças”, acrescentou Díaz-Canel.

Na semana passada, o governo cubano declarou ilegal uma manifestação convocada para 15 de novembro e há alguns dias advertiu para consequências penais aos organizadores desta marcha pela “mudança” e a libertação de presos políticos. Os organizadores têm dito que vão continuar com o plano de ir às ruas no dia previsto.

A convocação se segue às inéditas manifestações de 11 de julho, que deixaram um morto, dezenas de feridos e mil detidos, dos quais mais de 500 continuam presos.

O governo cubano, que enfrenta o recrudescimento do embargo imposto pelos Estados Unidos há décadas, considera que os protestos fazem parte de uma estratégia apoiada por Washington para mudar o regime.

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Brian A. Nichols, vice-secretário de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, disse na semana passada que “negar o direito de reunião pacífica aos cubanos em 15 de novembro demonstra o desprezo do regime cubano pelos #DH e as liberdades do seu povo”.

Neste sábado, reúne-se o plenário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC – único), máxima instância de poder na ilha. Nesta reunião, o presidente reiterou, no entanto, sua intenção de manter um diálogo com os diferentes setores sociais para incorporar suas demandas.

“O diálogo chegou para ficar”, disse ao plenário do PCC, integrado por 114 militantes, instando a aproximação entre as estruturas superiores do partido e da população.

Desde os protestos de julho em Cuba, Díaz-Canel dialoga com setores sociais, mas há vozes que pedem que este processo seja muito mais amplo.


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