Cuba considerou nesta sexta-feira “grosseira e insidiosa” a campanha internacional lançada por um grupo de artistas cubanos que pede um boicote à Bienal de Arte de Havana em protesto contra “injustiças” cometidas pelo governo durante os protestos históricos de julho.

Pintores da governista União de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac) apoiaram em seu site a convocação da 14ª Bienal de Havana e denunciaram “as tentativas fúteis daqueles que, por meio de uma manipulação política grosseira e insidiosa, atentam contra a realização de um dos mais frutíferos encontros das artes visuais do hemisfério ocidental”.

A associação destacou que “nenhum complô arquitetado por aqueles que pretendem isolar a nação, minar nossa soberania e destruir a legitimidade do consenso social alcançado (…) nos fará mudar o rumo”, respondendo a uma carta aberta à comunidade artística internacional escrita por um grupo de artistas cubanos solicitando um boicote à Bienal, evento artístico mais importante do país, que acontecerá entre 12 de novembro e 30 de abril.

“Dizemos NÃO à participação, porque artistas cubanos estiveram, e outros permanecem, na prisão; porque dezenas de profissionais da arte estão em prisão domiciliar; porque mais de mil cubanos foram presos durante os protestos ocorridos em 11 de julho”, assinala o texto, assinado por mais de 500 artistas cubanos e estrangeiros.