Ao menos 17 pessoas foram detidas em Cuba por suposta relação com uma rede de tráfico que opera a partir da Rússia para recrutar jovens para a guerra na Ucrânia, anunciaram na quinta-feira (7) funcionários do ministério do Interior.

O governo informou na segunda-feira que o ministério do Interior trabalhava para desarticular uma rede de tráfico de pessoas dedicada a transportar moradores da ilha para a guerra, além de recrutar outros já radicados no país europeu.

O coordenador da investigação, César Rodríguez, anunciou que até o momento 17 pessoas foram detidas, sem revelar suas nacionalidades.

Ele disse que um dos detidos é “o organizador interno das atividades” e outros dois eram os que “procuravam cubanos interessados no alistamento” para a guerra.

Segundo o portal de notícias Cubadebate, outras 14 pessoas confessaram que aderiram de maneira voluntária à operação, em troca de residência russa e compensação monetária.

Uma fonte da Procuradoria Geral afirmou que as autoridades judiciais cogitam acusar os detidos pelos crimes de “tráfico de pessoas, mercenarismo (e) atos hostis em um Estado estrangeiro”, o que pode resultar em sentenças de 30 anos de detenção, prisão perpétua e até pena de morte.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou na segunda-feira que o governo atua “com a força da lei” contra as operações.

O jornal América TeVe, de Miami, publicou na última sexta-feira (1) depoimentos de dois adolescentes que disseram terem sido enganados por pessoas que os procuraram no Facebook para que trabalhassem como pedreiros em obras na Ucrânia ao lado do Exército russo.

Também divulgou os relatos de outros cubanos que afirmaram ter sido contratados pelas Forças Armadas russas.

O governo cubano negou categoricamente qualquer cumplicidade nas ações.

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