Michel D’Hooghe, presidente da comissão médica da Fifa, criticou nesta sexta-feira as propostas apresentadas há uma semana no congresso do Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre as reformas no sistema da luta antidoping, especialmente pelo papel que julgaria o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

“Não sou jurista, mas, se fomos diretamente ao TAS, qual será a possibilidade de apresentar um recurso? Irão criar uma segunda instância do TAS? Isso não é realmente o que queremos”, declarou o belga, também membro do conselho da Fifa, que rege o futebol mundial.

O COI solicitou à Agência Mundial Antidoping (Wada) criar uma estrutura única encarregada de efetuar os controles no lugar das federações. Além disso, as primeiras punições não seriam tomadas pelas federações, mas sim pelo TAS.

“Na Fifa temos infraestrutura antidoping muito sérias. Temos o maior programa, com mais de 30.000 exames por ano. Nossa intenção é continuar com nossos próprios programas”, completou D’Hooghe, médico de profissão.

“Respeitamos as propostas da Wada e do COI, mas elas tem mais haver com as pequenas federações que não têm nossas possibilidades”, continuou o dirigente, na Fifa desde 1988.

D’Hooge também explicou que, em relação à Copa do Mundo da Rússia-2018, a Fifa seguirá o mesmo programa de exames antidoping que durante o Mundial do Brasil-2014, examinado todos os jogadores antes da competição e dos membros de cada equipe nas partidas durante o torneio.

Caso o laboratório de Moscou não estiver credenciado, como atualmente, “todas as amostras serão transferidas ao laboratório de Lausana. Será caro, mas não teríamos escolha”, explicou.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, um dos quatro presidentes das grandes entidades presentes no último sábado em Lausana durante os debates sobre o tema, foi mais diplomático: “São propostas interessantes, mas vamos estudá-las detalhadamente”.

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