No centro do furacão por acusações de estupro a uma ex-modelo nos Estados Unidos, Cristiano Ronaldo há tempos deixou de ser um simples jogador de futebol para se tornar em uma multinacional.

“É uma autêntica empresa de produtos, serviços, digital… Também tem um museu com seu nome. É muito inusual. O aeroporto da Ilha da Madeira tem seu nome e em termos de percepção coletiva é muito impressionante”, explica à AFP o investigador Jean-Philippe Danglade, especialista em marketing.

Graças ao espetacular salário e sua capacidade para tirar sacar benefícios de sua imensa notoriedade, Ronaldo embolsou 108 milhões de dólares em 2017, sendo 61 mi em salários.

Apesar de conquistar em maio seu quinto título da Liga dos Campeões, o terceiro consecutivo com o Real Madrid, o craque luso não é o atleta mais bem pago do mundo. Segundo a revista Forbes, CR7 está em terceiro, atrás do argentino Lionel Messi (FC Barcelona) e do boxeador Floyd Mayweather.

O aspecto econômico foi fundamental para que no final do ano passado a Juventus pagasse 100 milhões de euros para tirá-lo do time merengue. Seu contrato no clube italiano é estimado em 31 milhões de euros por temporada, apesar de já estar com 33 anos.

Sua saída do clube espanhol coincidiu com problemas com o fisco do país. Em junho, o jogador aceitou pagar 16,7 milhões de euros em um pré-acordo para encerrar seu caso por fraude fiscal.

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– Beckham e Jordan –

Longe de se dar por satisfeito, o empreendedor Ronaldo transformou seu nome em uma imagem que está por todos os lados desde 2006, quando o astro inaugurou a marca de roupas íntimas CR7, na Madeira. Em seguida, a empresa passou a produzir calças, sapatos e complementos seguido o exemplo rentabilizado pelo inglês David Beckham ou pelo americano Michael Jordan.

Em dezembro de 2013, também na Madeira, Ronaldo inaugurou um museu. Mais de 250 mil pessoas já visitaram o local para contemplar sua coleção de troféus. Dois anos depois, em 2015, se juntou ao grupo hoteleiro “Pestana” para criar um hotel de quatro estrelas CR7.

CR7 é um ícone mundial e tem 330 milhões de seguidores nas redes sociais, mais que qualquer outro atleta. Desde a marca de relógios suíços Tag Heuer, passando pela marca japonesa KONAMI de videogames ou a empresa aérea Emirates, todos apostam por um segundo de publicidade em que Ronaldo apareça.

– ‘Família Nike’ –

“Está muito bem equilibrado com uma dezena de setores de atividades muito diferentes e complementares”, avaliou no ano passado à AFP Jean-Philippe Danglade, autor do livro “Marketing e famosos”.

Mas foi com a americana Nike que CR7 assinou o contrato de mais longo prazo.

Principal imagem da marca de itens esportivos desde 2003, CR7 recebe pelo menos 20 milhões de euros por ano da companhia, depois da renovação de contrato. O jornal esportivo espanhol Marca indica que a retribuição pode chegar a 40 milhões de euros, caso algumas condições sejam cumpridas.

O atacante da Juventus considera o vínculo vitalício: “Sou um membro desta família. É o melhor contrato que tive em toda minha carreira”, declarou o português em um vídeo publicado pela Nike.

Segundo a Forbes, entre o carismático Ronaldo e o tímido Messi, não há como comparar a quantidade de dinheiro produzida pelo dinheiro investido entre Nike e Adidas, patrocinadora do argentino. Em 2016, Ronaldo rendeu à Nike um total de 500 milhões de euros através das redes sociais, contra “apenas” 53,3 milhões de Messi para a companhia alemã.

Agora a marca americana está “profundamente preocupada” pela situação de uma de suas estrelas, acusada de estuprar uma modelo americana em Las Vegas em 2009.


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