Cristiane é um dos grandes nomes do futebol feminino do Brasil. Mesmo assim, passou um longo período longe da seleção, preterida pela técnica Pia Sundhage. A sueca acabou demitida após frustração na Copa do Mundo, Arthur Elias assumiu e, de cara, o treinador já voltou a chamar a atacante do Santos, que celebrou o retorno após mais de dois anos.

Em fase de treinamentos na Granja Comary, Cristiane e Marta são as atletas experientes do grupo. Estão ali para ajudar a desenvolver o novo time e, ao mesmo tempo, dar mais força nas futuras competições. Voltar ao CT da seleção foi um dejavu, já que a última convocação foi também para treinos no local em abril de 2021.

“Uma sensação muito doida, né? Parece que estou vindo na minha primeira convocação. Parece até piada estar falando isso, mas foram quase dois anos longe, não estando com o grupo, não estando aqui na Granja. Quando entrei no quarto até agradeci ao Papai do Céu pela oportunidade que foi dada pela comissão (técnica) e pelo Arthur (Elias, técnico)”, revelou a jogadora, empolgada.

Cristiane considerou a nova oportunidade como algo novo e a chance de fazer algo diferente. “O Arthur e a comissão técnica sempre deixaram muito claro que para eles não vai importar a idade, vai importar o que a gente apresentar diariamente aqui dentro do campo, dentro do nosso trabalho. Isso dá muita confiança”, afirmou.

São 22 anos defendendo as cores do Brasil, com 53 convocações, 167 jogos disputados e 116 gols marcados. Além disse, são 21 jogos em Copas do Mundo e 11 bolas nas redes adversárias. Cristiane foi uma ausência bastante lamentada pela torcida no time que decepcionou na competição disputada na Austrália e Nova Zelândia no meio do ano. Ela prefere não falar da Copa e foca no atual momento.

“Acho que esse tempo de experiência, principalmente meu e da Marta, nós somos as tias do elenco, as mais velhas, traz uma ajuda na integração com o resto do grupo e a confiança, claro, primeiro vindo da comissão técnica no nosso trabalho, faz a gente treinar e trabalhar com muita tranquilidade”, enfatizou. “A gente sempre tem uma mentalidade muito diferente de quando é mais jovem. E eu, com toda a experiência, tudo que eu vivi, tudo que eu passei, esse tempo afastada me trouxe muitas coisas diferentes para saber lidar agora, para aprender, para evoluir.”