29/08/2024 - 16:13
O CFO da Embraer, Antonio Garcia, avalia que a crise financeira observada entre grandes companhias aéreas brasileiras, com destaque para Gol e Azul, não está interferindo no volume de compras de novas aeronaves. “A Azul continua comprando. Normalmente eles pegam pelas empresas de leasing, que é a maior parte das nossas entregas deste ano”, disse.
Ainda sobre o cenário específico para a Azul, que preocupa o mercado por informações ventiladas nesta quinta-feira, Garcia diz que a Embraer “confia muito no modelo de negócio” da companhia. “Está complicado para eles, mas achamos que eles vão sair dessa”, afirma o CFO.
A liberação de R$ 5 bilhões em crédito para as companhias, medida destravada com mudanças na lei do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), foi bem recebida pela Embraer, diz Antonio Garcia. Isso porque, entre as possibilidades de uso dos recursos está o financiamento à compra de novas aeronaves.
“Se o governo quer ajudar a indústria com todos os nossos clientes, obviamente, a gente vê como uma visão favorável. Porque é para ajudar eles a comprar os nossos produtos”, afirma o CFO. O representante apontou que a colaboração estatal é ainda mais forte via BNDES.
“43% das aeronaves comerciais de exportação são financiadas pelo BNDES”, disse ao se referir às vendas deste ano. Com o porcentual de 43%, o volume está acima da média dos últimos 10 anos, que é próxima a 35%.
Latam nas operações regionais
O CFO também comentou sobre os diálogos com a Latam para a compra de até 30 aviões da Embraer, que serviriam para a empresa passar a operar na aviação regional.
“Entendemos que temos um bom produto para a Latam aumentar a capilaridade no Brasil, agora depende da decisão deles. Acho que tem uma vontade política dos dois lados, mas não chegou a nada concreto ainda”, disse Antonio Garcia.
A aquisição tem sido incentivada publicamente pelo governo, que defende maior participação das aeronaves da Embraer nas operações domésticas. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, defende ser possível dobrar a participação de aeronaves na aviação nacional, que hoje representa cerca de 12%.