O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, traçou caminhos diferentes percorridos pelas criptomoedas e stablecoins durante evento “Digitalização da Economia: agenda de inovação do Banco Central do Brasil”, organizado pela Casa Jota. De acordo com ele, as criptomoedas haviam se expandido muito e, com mais ênfase no último ano, em termos de emissão, se estabilizaram, com um crescimento bem mais lento.

“No stablecoin, não. Você vê um crescimento muito grande, muito acelerado. Em grande parte do mundo emergente está crescendo muito”, salientou o presidente do BC.

Campos Neto lembrou que stablecoins são uma espécie de criptomoedas que, em tese, têm lastro em alguma moeda, mas que 99% delas estão ligadas ao dólar. “São uma forma de ter um dólar eletrônico, vamos dizer assim.” As stablecoins, continuou, estão substituindo, ou ao menos facilitando, o acesso das pessoas a terem contas em dólar. Têm funcionado, conforme o presidente do BC, como uma reserva de valor.

Ele salientou, porém, que é preciso verificar se determinadas stablecoins são realmente estáveis. Por isso, defendeu a existência de uma regulação “mais incisiva” no segmento. “Entendemos que é preciso ter segregação de contas e segregação de lastro”, afirmou.