Washington considera necessário modernizar seu sistema de sanções econômicas e financeiras, cuja eficácia é enfraquecida pelo desenvolvimento de criptoativos, indicou nesta segunda-feira o Tesouro americano.

“As sanções se mantêm como ferramenta política essencial e eficaz, mas também enfrentam novos desafios, em particular os riscos crescentes ligados a novos sistemas de pagamento, ao uso crescente de ativos digitais e aos hackers”, pontuou o órgão.

As sanções do Tesouro visam a impedir que pessoas ou entidades estrangeiras acusadas, por exemplo, de ameaçar a segurança dos Estados Unidos, tenham acesso ao sistema bancário e financeiro americano. Mas “as inovações tecnológicas, como as moedas digitais, plataformas alternativas de pagamento e novas maneiras de ocultar transações internacionais reduzem potencialmente a eficácia das sanções americanas”, detalha o Tesouro em seu relatório.

“Essas tecnologias oferecem a atores malévolos oportunidades de possuir e transferir fundos por fora do sistema financeiro tradicional, baseado no dólar”, observou. “Estamos cientes do risco de que, se não controlados, esses ativos digitais e sistemas de pagamento possam afetar a eficácia de nossas sanções.”

Os Estados Unidos têm recorrido cada vez mais a sanções econômicas desde os ataques de 11 de setembro de 2001. O número delas se multiplicou por 10 em 20 anos, segundo o relatório, de 912 em 2000 para 9.421 em 2021.

Dessa forma, “o governo americano deve adaptar e modernizar a arquitetura operacional subjacente pela qual as sanções são implantadas”, enfatiza o Tesouro, especificando que, “quando usadas de forma eficaz, as sanções têm a capacidade de interromper, impedir e prevenir ações que afetem a segurança nacional”.

“As sanções são uma ferramenta fundamentalmente importante para o avanço de nossos interesses de segurança nacional”, assinalou o vice-secretário do Tesouro, Wally Adeyemo. “Temos o compromisso de trabalhar com parceiros e aliados para modernizar e fortalecer essa ferramenta essencial”, acrescentou.

Adeyemo deve ser ouvido na manhã desta terça-feira pelo comitê bancário do Senado sobre esse tema.