O bitcoin operou em alta, acompanhando a melhora do apetite por risco nos mercados globais após recuperação das ações de tecnologia nos Estados Unidos. O movimento também refletiu expectativas renovadas de juros americanos mais baixos à frente, embora a incerteza macroeconômica siga elevada.
Por volta das 17 horas (em Brasília), o bitcoin subia 3,81%, a US$ 87.892,40 e o ethereum operava em alta de 5,36%, a US$ 2.970,63 nas últimas 24h, de acordo com a plataforma Binance. Na semana, ambas tiveram perdas de 2,6% e 3,2%, respectivamente.
O impulso para o mercado de criptomoedas veio do desempenho positivo das bolsas americanas, especialmente do setor de semicondutores. Analistas do IG afirmaram, em nota, que o rali das ações de tecnologia deu suporte aos ativos digitais, ao mesmo tempo em que a inflação ao consumidor mais fraca nos EUA reforçou a percepção de cortes adicionais de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Ainda assim, o cenário permanece volátil. Para Gabe Selby, analista da CF Benchmark, a dinâmica recente de preços mostra que “a ação errática do bitcoin reflete tanto um mercado cripto dominado por vendedores, quanto a elevada incerteza em torno da trajetória macroeconômica”.
Na mesma linha, Yuya Hasegawa, analista do Bitybank, observou que movimentações mais consistentes de criptomoedas serão limitadas no curto prazo diante da lacuna nos dados americanos de outubro, que dificultam analisar a tendência dos preços. “Os participantes do mercado hesitaram em extrapolar uma narrativa clara de desinflação”, apontou.
No horizonte mais longo, avanços regulatórios podem favorecer uma recuperação mais duradoura do setor. Hina Sattar Joshi, diretora de vendas de ativos digitais da TP ICAP, afirmou que aprovações regulatórias recentes nos EUA e no Reino Unido reduzem barreiras para a entrada institucional. Segundo ela, isso aumenta as chances de que futuras altas sejam mais sustentáveis, embora “a volatilidade de curto prazo deva persistir”.
*Com informações da Dow Jones Newswires