Criminoso mais procurado do RN é morto após confronto com mais de 3 mil tiros

Reprodução/TV Globo
Operação policial durou 22 horas e envolveu mais de 100 agentes de segurança Foto: Reprodução/TV Globo

O programa Fantástico, da TV Globo, mostrou, neste domingo, dia 10, os bastidores da caçada ao criminoso mais procurado do Rio Grande do Norte. Marcelo Bastos, de 32 anos, conhecido como Pica-Pau, foi morto após uma operação policial que durou 22 horas e envolveu mais de 100 agentes de segurança no município de Extremoz (RN), região metropolitana de Natal.

+ SP: Chefe do PCC é capturado e morto em Praia Grande

Pica-Pau estava na lista dos criminosos mais procurados pelo Ministério da Justiça e era apontado pela polícia como o líder da facção criminosa “Novo Cangaço”, uma dissidência do “Sindicato do Crime”. Ele era investigado por uma série de crimes, incluindo roubos a bancos, furtos de veículos de luxo e assassinatos. De acordo com a investigação, só no último mês ele teria participado de pelo menos 14 homicídios.

A operação teve início com a investigação de um veículo roubado. Ao chegar ao local, a polícia foi recebida a tiros. “Derrubamos o portão, informamos que era a polícia, e foi o momento que eles começaram a efetuar os disparos contra os policiais”, relatou o delegado Celso dos Santos Duarte.

Paralelamente, equipes da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) se dirigiam ao mesmo endereço para cumprir um mandado de prisão. O bairro Porta do Sol foi completamente cercado por policiais civis e agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), dando início a um dos maiores confrontos já registrados no estado.

Moradores relataram momentos de pânico. “Tinha mais policiamento do que morador na rua. Sniper em cima da casa, esquadrão de bomba”, contou o instrutor de trânsito Jackson Casemiro. A dona de casa Cíntia de Souza, que mora em frente à residência onde Pica-Pau estava escondido, disse: “Ficamos deitados no chão, entre a cômoda e a cama”.

Durante o cerco, a polícia ainda tentou negociar a rendição de Marcelo Bastos, inclusive com a ajuda da irmã dele. No entanto, não houve sucesso. “Não havia intenção nenhuma de se render”, afirmou o delegado Pablo Dantas Beltrão.

O desfecho foi violento. Após 22 horas de confronto, Marcelo Bastos, sua namorada e um comparsa foram mortos. A casa onde eles estavam ficou completamente destruída, com marcas de mais de 3 mil disparos. Seis policiais ficaram feridos.

Apesar do fim da operação, a polícia reconhece que o combate ao crime organizado ainda está longe do fim. “Não acabamos com a facção, o crime é algo mais complexo que isso, porém desarticulamos naquele momento”, declarou o delegado Joacir Lucena da Rocha.