O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, comentou sobre a possível associação de membros do partido com o crime organizado. “O crime organizado se infiltra em todas as fileiras”. Em grandes associações, você sempre vai ter que vigiar”.

Haddad citou que outros partidos também têm casos parecidos. “Você teve aqui o Paulo Preto […] um dos maiores ladrões da história de São Paulo, foi pego com R$ 100 milhões em conta no exterior”, disse, ao lembrar de Paulo Vieira de Souza, do ex-diretor da Dersa em governos tucanos.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ex-diretor guardou cerca de R$ 100 milhões em dinheiro vivo, ao longo de dois anos, em dois endereços de São Paulo. O ex-prefeito também citou o governo federal, com o caso do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que teve um mandado de prisão preventiva após o caso do gabinete paralelo do MEC.

O Estadão revelou em março que, sem possuir vínculos com o setor de ensino ou cargo público, um grupo de pastores passou a comandar a agenda do ministro, formando uma espécie de “gabinete paralelo” que interferia na liberação de recursos e influenciava diretamente as ações da pasta.

Haddad ponderou ser necessário se respeitar “todos os procedimentos”, “porque todos mundo tem o direito de defesa, que nem sempre é respeitado” mas ” tem gente merece ser averiguada, e pode ser afastada, como já aconteceu no PT e em vários partidos” afirmou, durante sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Universidades

Fernando Haddad também afirmou que planeja constitucionalizar a autonomia das universidades públicas do Estado para evitar ameaças à administração das instituições. “Vou colocar na Constituição Estadual a autonomia financeira e administrativas das universidades”, disse durante a sabatina.

“Esse governos (João) Doria e (Rodrigo) Garcia, ameaçaram a autonomia universitária”, afirmou o petista, sobre a atual gestão do Estado. Haddad também disse, sem dar maiores detalhes, que planejar vincular a constitucionalização das universidades a uma cesta de tributos “que permitam maior estabilidade”.