“José Vereda cachimbava, sentado perto de seus pertences.” (página 390)

Ele seria homônimo do jagunço José Vereda, personagem de Grande Sertão: Veredas, se não fizesse questão de ressaltar o “s” no final. “Fui batizado José Eugênio Martins, mas ninguém me conhece assim. Sou o José Veredas, assim sou chamado. Não é apelido, é nome”, afirma o pequeno produtor, de 54 anos.

O plural no apelido se explica. Ele vive numa casa simples próximo ao encontro de três veredas na localidade de Capão Celado, a 75 km da sede de Buritizeiro. “Essa que sobe é a Vereda Galho da Cangalha. Essa ali é a do Matão. Lá de cima vem a Vereda da Égua”, relata. “Aqui fui criado, virei rapazinho, fiz família. Sinto prazer em mostrar essas beiras de veredas.”

Zé Veredas está ilhado no mar de plantações mecanizadas em Buritizeiro. Ele mostra o “joão-doido”, uma lata onde põe um pedaço de pano e despeja restos de óleo de cozinha para acender fogo. No dia a dia, usa lamparinas e velas. Sem energia elétrica nem escola na localidade, teve de mandar as crianças para o centro de Buritizeiro. Elas passam a semana numa pequena casa construída pelo pai num bairro violento da periferia. “Pelo menos lá tem energia e internet.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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