Onze crianças ucranianas vão deixar a Rússia na terça-feira (20) para se reunirem com as suas famílias na Ucrânia, em uma nova transferência realizada com a mediação do Catar.

As crianças, com idades entre os 2 e os 16 anos, foram recebidas com os seus familiares nesta segunda-feira (19) na embaixada do Catar em Moscou, confirmaram jornalistas da AFP, e chegarão à Ucrânia na terça-feira via Belarus.

Diplomatas cataris acompanharão as 11 crianças ucranianas, algumas das quais sofrem de doenças crônicas e necessitam de tratamentos médicos específicos.

“Continuaremos mediando entre as duas partes durante o tempo que for necessário, na esperança de que isso possa levar a uma desescalada do conflito”, disse Lolwah al Khater, ministra de Estado da Cooperação Internacional, em um comunicado.

O mecanismo já permitiu a repatriação de 59 crianças, segundo Moscou.

A Ucrânia acusa a Rússia de ter “deportado” milhares de crianças para o seu território, de regiões que ocupa na antiga república soviética.

Moscou, por outro lado, afirma que transferiu estas crianças para protegê-las dos combates e que está disposta a devolvê-las aos seus familiares na Ucrânia, se estes pedirem.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão em março contra o presidente russo, Vladimir Putin, e a comissária russa para a infância, Maria Lvova-Belova, por suposta “deportação ilegal” de menores.

Mas a Rússia, que não é membro do TPI, insiste que considera esta iniciativa “nula”.

Entre as crianças que serão repatriadas está Adelia, uma menina de 13 anos que retornará à casa da tia depois de perder a mãe durante os combates em Mikhailovka, perto de Melitopol, no sudeste da Ucrânia, ocupada pelas forças russas.

bur/lpt/sag/mb/aa/dd