MACERATA, 27 ABR (ANSA) – O Aniversário da Libertação da Itália foi celebrado há dois dias, mas continua repercutindo no país, depois de um coletivo antifascista ter pendurado um fantoche do ditador Benito Mussolini para ser golpeado por crianças com bastões em Macerata, no centro da península.
O boneco foi colocado de ponta-cabeça em uma praça pública, da mesma forma que o corpo do “Duce” fora exibido em Milão após sua morte, em 1945. “Esmague a cabeça do boneco de Mussolini e ganhe um doce”, disseram os organizadores.
Mas a iniciativa não agradou a todos, ainda que o Dia da Libertação sirva para celebrar a queda do nazifascismo na Itália. A eurodeputada Alessandra Mussolini, neta do ditador, chamou o episodio de “ato obsceno” e quase foi às vias de fato com o prefeito de Macerata, Romano Carancini, que se irritou ao ser cobrado para se desculpar com a família do Duce.
Alessandra é membro do partido conservador Força Itália, de Silvio Berlusconi, enquanto Carancini pertence à legenda de centro-esquerda Partido Democrático (PD). O prefeito diz que sua gestão não teve participação na montagem do fantoche.
No início deste ano, Macerata se tornou epicentro da tensão antifascista na Itália, após um militante de extrema direita, Luca Traini, ter atirado contra seis imigrantes negros. O ato foi uma reação ao assassinato da jovem Pamela Mastropietro, cujo corpo fora encontrado esquartejado poucos dias antes.
Os suspeitos do crime são nigerianos, mas sem relação com os baleados por Traini. (ANSA)