A família de um menino de cinco anos que tem um câncer renal “raro e agressivo” entrou com um processo contra o ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) após o garoto, que é cidadão americano, ser deportado pela agência e perder seu tratamento.
A criança, que nasceu em Louisiana (EUA), foi tirada do país ao lado da mãe, de 25 anos, e da irmã, de sete, em 25 de abril. A família foi enviada para Honduras. As informações são do “The Independent” e do “Miami Herald”.
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De acordo com o processo, o garoto, chamado pelo pseudônimo de “Romeo”, foi diagnosticado com câncer aos dois anos de idade e precisa de tratamentos regulares e especializados até hoje.
O caso foi levado à Justiça dos EUA pelo National Immigration Project, uma organização que presta apoio legal a imigrantes. A entidade alega que a família foi deportada sem o “devido processo legal” e que o ICE violou a própria política e a legislação federal.
A defesa relatou que a mãe do garoto e uma outra mulher com duas filhas compareceram ao que acreditavam ser check-ins regulares com um agente do ICE, mas foram detidas em quartos de hotel. A acusação afirmou que não foi permitido o contato delas com familiares ou com um advogado.
Ainda, agentes do ICE teriam impedido que as duas tomassem qualquer decisão sobre o destino dos filhos, se eles as acompanhariam para Honduras ou se queriam que ficassem nos EUA com parentes. Ambas as famílias foram deportadas em pouco mais de dois dias.
“As ações do ICE neste caso não são apenas ilegais, são cruéis e demonstram um completo desrespeito aos valores familiares e ao bem-estar das crianças”, pontuou Sirine Shebaya, diretora executiva do National Immigration Project, acrescentando que nenhuma agência governamental deveria ter o poder de fazer “famílias desaparecerem”.
A mãe do garoto contou à organização que a vida em Honduras é “incrivelmente difícil” e não tem recursos para cuidar dos filhos como eles precisam.
A acusação exige que as famílias retornem aos EUA imediatamente e recebam uma indenização pelos danos sofridos, além de terem o direito de tomar decisões sobre a custódia de seus filhos.
Em uma resposta a um pedido de comentários em 11 de agosto, a secretária assistente Tricia McLaughlin, dos Assuntos Públicos do DHS (Departamento de Segurança Interna dos EUA), afirmou que as informações são “falsas e irresponsáveis”.
A secretária declarou que o ICE perguntou às mães se elas queriam levar os filhos para Honduras ou se preferiam que ficassem na guarda de um responsável designado por elas. “Os pais, neste caso, decidiram levar seus filhos de volta para Honduras.”