Com cinco meses de existência, o Amazônia Independente Futebol Clube já alcançou alguns feitos importantes em sua história. Envolvida com a preservação da Floresta Amazônica e com a fauna brasileira, a equipe, que conseguiu o acesso à elite do futebol paraense, pretende alcançar grandes voos e mira a Copa do Brasil como seu norte para expansão do time nacionalmente.

Treinador de futebol há muitos anos, Walter Lima, criador e presidente do Amazônia Independente, fundou a equipe sozinho. Foi ele quem decidiu o escudo do clube, as cores utilizadas e a ligação com as questões ambientais. Walter ainda entregou o comando de seu time para alguém que ele conhece há anos, seu filho, Matheus Lima.

Com passagens pelas categorias de base do Remo e da Sociedade Desportiva Paraense (SDP), o técnico Matheus aceitou a ideia do pai e acreditou no projeto. “Quando eu nasci, meu pai já era treinador e, em um momento difícil de doença, ele decidiu criar o clube. Nunca deixei de acreditar na ideia. (…) O Amazônia começou assim. Hoje, conseguimos ser uma realidade, uma prova cabal de que se você tiver determinação, foco, e muita vontade, você consegue realizar os seus sonhos”, diz.

Para começar a caminhada no futebol nacional, o clube contou com a ajuda da Sociedade Desportiva Paraense para iniciar os treinos e jogos da equipe. “Usamos a parceria com a SDP para começar a estrutura. Assinamos um contrato de aluguel e fizemos nossos jogos. Para os treinamentos, usamos toda a estrutura do clube, que nos ajudou muito nessa caminhada”, conta Matheus.

Com a estrutura de treinos e jogos assegurados, era hora do clube selecionar jogadores para compor a equipe. Walter e Matheus, que formaram muitos atletas nas categorias de base ao longo dos anos, enxergaram em antigas promessas o potencial necessário para alcançar metas. “O Amazônia procurou fazer um selecionamento de jogadores de nossos trabalhos antigos. Para a nossa felicidade, todos aceitaram o convite. Pela amizade que temos com eles, eu e meu pai conseguimos formar grandes atletas e grandes pessoas, e conseguimos trazer essa maioria para nosso clube, com a certeza de que faríamos um grande trabalho e teríamos um grande grupo”, revela o técnico.

Uma vez que a estrutura estava montada, com os patrocinadores e jogadores acertados, o Amazônia iniciou sua trajetória no futebol brasileiro. Fundada na cidade de Santarém, a equipe não conseguiu disputar a segunda divisão do campeonato local no município de fundação e precisou ser levada para Belém, na capital do Pará. No centro do estado, o clube disputou a segunda divisão do Campeonato Paraense. Mesmo com pouco tempo de história, o time conseguiu o acesso e vai disputar a primeira divisão da competição.

“Fizemos uma mescla de jogadores formados por mim e pelo meu pai, eles acreditaram no trabalho e a preparação iniciou aí. Foi um processo de um mês de muito treinamento, utilizando a estrutura da Desportiva, e graças a Deus conseguimos encaixar a melhor equipe, que fez uma campanha muito boa”, afirma Matheus.

Alex Daniel
Técnico Matheus em ação pelo Amazônia Independente

Depois de conquistar o acesso à elite paraense, o clube aumentou seus desejos para o futuro. “As projeções futuras do Amazônia é dar sequência ao bom desempenho no campeonato da primeira divisão, que já inicia no ano que vem. Temos o projeto da Copa do Brasil, onde queremos colocar o time entre os quatro primeiros da elite do futebol paraense e conseguir essa vaga que é tão importante para o nosso clube”, relata.

Para conseguir a vaga na tradicional Copa do Brasil, a equipe pretende investir no elenco como arma principal de seu objetivo. “Vamos utilizar a base dessa equipe que foi vencedora do acesso, utilizando algumas peças de outros times que venham a fortalecer o nosso grupo, peças que tenham o perfil do Amazônia, para poder formar uma equipe que jogue de igual para igual ou que seja até melhor do que os clubes que vamos enfrentar na primeira divisão”, comenta o treinador.

Movido pela responsabilidade de fazer um bom trabalho, Matheus entende que, para alcançar grandes voos, é necessário ter uma categoria de base que possa apoiar o time principal. Segundo ele, o foco da equipe é criar o grupo jovem já no próximo ano: “Nosso foco é a partir do ano que vem, para a gente se reestruturar com o polo e o subpolo. Polo seria na capital, e o subsolo seria em Santarém, na cidade de fundação do clube. Assim, a gente poderia trazer mais atletas de qualidade, que poderiam compor futuramente o elenco profissional do time”.

Relação com a floresta Amazônica e a fauna brasileira

Criado para estar ligado às questões ambientais, o clube foi todo pensado para alertar aos torcedores sobre a importância da preservação da Floresta Amazônica. “O envolvimento do Amazônia com as questões de preservação da nossa região é totalmente direto, temos todo o contexto, desde o escudo, as cores voltadas em prol de um sentido único, que é a preservação da natureza. O clube carrega no seu escudo o Muiraquitã, que é um amuleto indígena local do Tapajós, a cidade natal do meu pai. Então, através disso [futebol], temos a possibilidade de fazer parcerias com ONGs, com instituições que preservem a natureza. Vamos sempre jogar defendendo essa causa”, diz Matheus.

O treinador revela também que o escudo do time carrega a proteção à floresta, aos animais e aos indígenas: “A gente procura carregar no escudo e nas cores do Amazônia o incentivo de ajudar e proteger a nossa floresta. Tem algumas homenagens aos nossos animais que estão em extinção, também sobre as questões indígenas, sobre a proteção do território indígena. Vamos lutar com essa causa, sempre procurando mostrar um bom futebol, colocando o clube em um nível alto de competição para que torne isso mais visível e que as pessoas comecem a enxergar a nossa floresta como algo a ser preservado”.

Por fim, para dar ainda mais visibilidade às tribos indígenas, Matheus quer captar atletas nas aldeias para compor o time. “Montamos um elenco totalmente regional e, agora, nosso propósito é oportunizar os atletas. Nós não temos nenhum indígena no elenco, mas temos a possibilidade de formar uma parceria com o sul do Pará, onde existe uma aldeia indígena que podemos pode fazer uma captação de atletas de lá, justamente para trazer a ideia de que o Amazônia vai abranger bastante essa ideia de que a gente pode fazer um futebol bem regional e bem composto pelos ícones da ideia de proteção a natureza”, encerra o técnico.

Alex Daniel (Crédito:Alex Daniel)